ARTIGO ORIGINAL / ORIGINAL ARTICLE ARQGA/1154INTRODUÇÃO O termo constipação intestinal descreve dificuldades na defecação, seja pelo emprego de força, e/ou diminuição na freqüência da passagem das fezes (14) . Sintomas de constipação são extremamente comuns e sua prevalência tem sido relatada em torno de 20% (2) , embora a real prevalência seja difícil de ser estimada, devido à dificuldade em se definir exatamente o que seja constipação (9) . Existem vários fatores associados à constipação. Idade, sexo feminino, baixo nível socioeconômico, baixa escolaridade, inatividade física, baixa ingestão calórica e o estilo de vida dos países industrializados são alguns desses fatores (3,9) . A constipação intestinal (CI) é mais prevalente entre mulheres (25,26) . Estudo epidemiológico realizado nos Estados Unidos (25) , envolvendo 10.018 participantes de ambos os sexos, observou prevalência de 16% de constipação entre mulheres. Em outro estudo, realizado na Austrália, verificou-se que 42% a mais de mulheres idosas referiram constipação em relação aos homens (26) . Entre os fatores que podem explicar essa maior prevalência em mulheres citamse os danos causados aos músculos pélvicos e suas inervações, decorrentes de partos e cirurgias ginecológicas, e os prolapsos genitais, mais freqüentes após a menopausa (4) . A menopausa é definida como a ausência de menstruação por pelo menos 12 meses, ocorrendo geralmente entre 45 e 55 anos (29) . Nessa fase, instala-se um quadro de hipoestrogenismo associado a mudanças anatômicas e fisiológicas, que comprometem o assoalho pélvico e os esfíncteres (18) . São raros os estudos que avaliaram a CI e os distúrbios da fisiologia anorretal em mulheres durante os anos climatéricos. Em estudo de corte transversal, TRIADAFILOPOULOS et al.(27) compararam a prevalência de sintomas gastrointestinais em mulheres na pré e pós-menopausa. Estes autores verificaram que 38% das mulheres na pós-menopausa e 14% na pré-menopausa referiram alterações intestinais. Também o uso de laxativos aumentou de 3,4% na pré-menopausa, para 9,4% após a menopausa. A seguir, realizou-se exame físico para avaliação de distopias genitais e do tônus do esfíncter anal. A análise estatística foi realizada por meio de média, desvio-padrão, mediana, freqüências relativas e absolutas e através da razão de prevalência com intervalo de confiança de 95% e regressão logística múltipla. Resultados -A média etária das participantes foi de 58,9 ± 5,9 anos, com média de idade à menopausa de 47,5 ± 5,4 anos. A prevalência de constipação intestinal foi de 37%, sendo o sintoma mais freqüente o esforço ao evacuar (91,9%), seguido da sensação de evacuação incompleta (83,8%), fezes endurecidas ou fragmentadas (81,1%), menos que três evacuações por semana (62,2%), sensação de obstrução à evacuação (62,2%) e manobras digitais para facilitar a evacuação (45,9%). A análise bivariada mostrou como fatores associados à constipação o tônus do esfíncter anal diminuído e o antecedente de cirurgia perianal. Após análise de regressão múltipla, o anteceden...
aarao@unicamp.br RESUMO OBJETIVOS. Investigar a prevalência e os fatores associados à constipação intestinal em mulheres na pós-menopausa e avaliar o grau de concordância entre diferentes critérios diagnósticos. MÉTODOS. Estudo de corte transversal com 100 mulheres na pós-menopausa e idade superior a 45 anos. Foram aplicados os critérios de Roma II, freqüência de evacuações por semana e auto-avaliação. Avaliaram-se as características sociodemográficas e clínicas com análise descritiva das mesmas. Posteriormente calculou-se o grau de concordância entre os critérios diagnósticos através do coeficiente Kappa (k). A associação entre constipação intestinal e seus possíveis determinantes foi estudada por análise bivariada e multivariada, utilizando-se a razão de prevalência (RP). O intervalo de confiança foi fixado a 95% (IC 95%). RESULTADOS. A média de idade das participantes foi de 58,9±5,9 anos (variação, 46-76 anos). As prevalências de constipação intestinal foram de 47%, 37% e 26%, segundo os critérios de auto-avaliação, Roma II e freqüência de evacuações menor que três vezes por semana, respectivamente. O melhor grau de concordância foi observado entre auto-avaliação e Roma II (k: 0,63; IC 95%: 0,48-0,78). Após análise multivariada, o antecedente de cirurgia perianal (RP: 2,69; IC 95%: 1,03-7,01) segundo Roma II, e a presença de hemorróidas, segundo os critérios de freqüência (RP: 2,53; IC 95%: 1,16-5,51) e de autoavaliação (RP: 1,78; IC 95%: 1,01-3,15) associaram-se à constipação. CONCLUSÃO. A prevalência de constipação intestinal em mulheres na pós-menopausa foi elevada. A concordância entre os critérios variou de moderada a boa. O antecedente de cirurgia perianal e a presença de hemorróidas associaram-se à constipação.UNITERMOS: Menopausa. Constipação. INTRODUÇÃOConstipação intestinal representa uma das queixas mais comuns em consultórios médicos, afetando entre 2% e 28% da população dos países ocidentais 1 . Nos Estados Unidos, são realizadas cerca de 2,5 milhões de consultas médicas por ano e gastos vários milhões de dólares com laxantes, e há referências na literatura sobre as repercussões negativas da constipação sobre a qualidade de vida 2 . É mais prevalente em mulheres e em não brancos, embora a distribuição por cor da pele não seja consistente. Também se associam à constipação a baixa escolaridade, baixa renda e inatividade física 3,4 . Uma das dificuldades dos estudos epidemiológicos e clínicos é a de definir exatamente o que seja constipação, refletindo o aspecto subjetivo que o tema envolve. Um dos conceitos baseia-se na autoavaliação para constipação, critério aplicado em alguns estudos 5,6 . Muitos pacientes definem constipação utilizando de um ou mais dos sintomas: fezes endurecidas, evacuações infreqüentes (tipicamente menos de três vezes por semana), necessidade de esforço excessivo para evacuar, sensação de evacuação incompleta, tempo excessivo ou insucesso na defecação 7 . Outra definição para constipação referese à freqüência (número absoluto) de evacuações por semana relatada pelo paciente...
RESUMO -Racional -A incontinência fecal é mais freqüente na população feminina, tornando-se mais prevalente com o aumento da idade. Poucos estudos avaliaram sua prevalência e intensidade em mulheres na pós-menopausa. ObjetivosInvestigar a prevalência e os fatores associados à incontinência fecal em mulheres na pós-menopausa e estudar a intensidade dos sintomas. Métodos -Realizou-se estudo de corte transversal com 100 mulheres na pós-menopausa e idade superior a 45 anos. Foram avaliadas as características sociodemográfi cas e clínicas com análise descritiva das mesmas. Estimou-se a prevalência de incontinência fecal. Aplicou-se o escore de St. Mark para estudar a intensidade dos sintomas associados à incontinência fecal. A seguir, o escore foi categorizado de acordo com o tercil e a intensidade dos sintomas foi classifi cada em graus leve, moderado ou grave. Análises bivariada e multivariada foram utilizadas para estudar a associação entre a incontinência fecal e seus possíveis determinantes, empregando-se a razão de prevalência. O intervalo de confi ança foi fi xado em 95%. Resultados -A média de idade foi de 58,9 ± 5,9 anos (variação: 46-76 anos). A prevalência de incontinência fecal foi de 15%. Das pacientes incontinentes, 60% apresentaram incontinência leve. Após análise multivariada, observouse como fator associado à incontinência fecal o antecedente de partos fórcipes (razão de prevalência: 7,80; intervalo de confi ança 95%: 2,38-25,55). Conclusões -A prevalência de incontinência fecal em mulheres na pós-menopausa foi elevada. Os dados sugerem que a maioria das mulheres apresentou incontinência leve. O antecedente de partos fórcipes associou-se à incontinência fecal.
Objetivo: identificar os fatores associados à ocorrência de ondas de calor em mulheres climatéricas residentes em Campinas, São Paulo. Métodos: análise secundária de banco de dados de estudo descritivo de corte transversal, de base populacional. Foram selecionadas 456 mulheres por processo de amostragem, com idade entre 45-60 anos de idade. Os dados foram coletados por meio de entrevistas domiciliares, com questionários estruturados e pré-testados, fornecidos
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.