O texto propõe dialogar sobre a preparação do cuscuz como alimento identitário marcador de tradições alimentares regionais agora ameaçado diante dos avanços da transgenia na agricultura e do estabelecimento de modelos de consumo pela difusão massiva de produto da indústria alimentícia que se propõe substituir esta comida/preparação de raiz. Procura-se situar o debate no campo político da Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (SSAN) na medida em que toma-se como horizonte teórico a crítica ao sistema agroalimentar hegemônico com suas contradições e riscos intrínsecos à sua reprodução. Por meio de um ensaio teórico procurou-se pensar, a partir destas questões, nas imbricações entre modernidade alimentar e cultura alimentar local com seusefeitos simbólicos e ideológicos na conformação da alimentação na sociedade contemporânea. O texto está dividido em quatro partes: Cuscuz:legado histórico e identidade gustativa;O que é isto que estamos comendo?As aparências e os sentidos; Entre riscos, incertezas e avanços dos alimentos transgênicos: o que há por trás de um cuscuz oriundo do milho geneticamente modificado; e Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional: caminhos para a preservação da comida culturalmente referenciada de direitos culturais e do Direito Humano à Alimentação Adequada. Este artigo desvenda questões importantes, que afetam a todos os brasileiros e brasileiras, diante do cenário atual de poder, influência e controle dos grandes conglomerados de empresas transnacionais do ramo de alimentos que possuem - na transgenia - seu potencial de lucro sobre as famílias agricultoras, consumidores e consumidoras e o poder público. Para além do risco à saúde e do meio ambiente, muitas outras questões estão em jogo. A insegurança política, social e econômica coloca em risco também a soberania e a segurança alimentar e nutricional do país.
A Política Nacional de Educação Permanente em Saúde propõe uma articulação interinstitucional para tornar a rede pública de saúde uma rede de ensino-aprendizagem no exercício do trabalho. Para que isso se efetive, a prática pedagógica adotada nos processos educativos deve orientar-se pela dimensão da produção de subjetividades, de modo que os trabalhadores, individualmente ou em coletivos, experimentem a autoanálise e autogestão para que possam identificar suas necessidades e intervir sobre os problemas com autonomia. As ferramentas à disposição dos processos pedagógicos para promover implicações dos sujeitos na transformação da sua prática são muitas, entre elas as da análise institucional, em especial as diferentes formas da função apoio: institucional, matricial e pedagógico. Nesse sentido, o objetivo deste trabalho é discutir a produção de espaços coletivos, ferramentas e dispositivos ofertados nos processos educativos desenvolvidos pela Escola Estadual de Saúde Pública, bem como refletir como a função apoio pode potencializar as ações de educação permanente em saúde. No contexto do programa de estágio não obrigatório Cotidiano do SUS enquanto um Princípio Educativo, a produção das Oficinas de Acompanhamento Pedagógico possibilitou aos estudantes refletirem sobre a importância de aliar técnica e política na prática do trabalho em saúde, como também dar visibilidade aos espaços de aprendizagem nos quais estão inseridos.
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