A migração acarreta diversas consequências negativas na vida dos seres humanos, em especial das crianças bolivianas no município de São Paulo, que, além da perda da noção de pertencimento, sofrem com a adaptação em um novo país e com o aprendizado de uma nova língua e cultura. Nesse contexto, vislumbra-se uma relação interseccional entre o direito humano de migrar e o direito humano à educação, em especial em relação às crianças bolivianas que se comportam de maneira silenciosa nas escolas públicas de São Paulo diante do desafio da nova língua e que, por isso, acabam sendo encaminhadas para investigação multidisciplinar com suspeita de diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esta pesquisa tem por objetivo geral analisar a interseccionalidade entre o direito humano de migrar e o direito humano à educação. O objetivo específico do artigo é compreender o processo de patologização da criança boliviana na escola pública, com suspeita de diagnóstico de TEA. Tratando-se de uma abordagem exploratória da temática, optou-se pela análise de documentos e da doutrina, além de entrevistas. Como exploração inicial, realizaram-se duas entrevistas com profissionais da psicologia que participam do Grupo Veredas vinculado a Universidade de São Paulo (USP). Pode-se inferir com base na análise realizada que há um desconhecimento sobre como atuar diante desse público dentro da escola, e, por isso, emerge a necessidade de investir em formação continuada sobre a migração e diversidade cultural na rede municipal a fim de promover o direito à educação na perspectiva inclusiva.
RESUMO O presente artigo tem como objetivo sistematizar as contribuições da arte para a construção de materiais didáticos que possibilitem, sob um viés interdisciplinar, o desenvolvimento de uma cultura inclusiva nos estudantes participantes do subprojeto PIBID-Educação Inclusiva na Escola: uma ação interdisciplinar da Universidade do Estado de Santa Catarina-UDESC. A experiência, que se iniciou em 2014, envolve três escolas de Florianópolis sendo duas delas municipais e uma estadual. Participam do subprojeto três professoras da educação básica, uma de Língua Portuguesa, uma de Artes Visuais e uma de Música. Da universidade, participam duas professoras, sendo uma de Artes Visuais e uma de Música. Participam, igualmente, 21 estudantes das licenciaturas de Música, Artes Visuais, Pedagogia, História e Geografia e uma mestranda do programa de Pós-Graduação em Artes Visuais (PPGAV). Neste artigo, foi traçado um recorte voltado às contribuições das Artes Visuais em relação à interdisciplinaridade em uma perspectiva inclusiva. Para construir esse recorte, abordam-se, inicialmente, os fundamentos da interdisciplinaridade, os processos de artistas que desenvolvem, em sua prática, ações interdisciplinares, bem como propostas inclusivas para a construção de objetos pedagógicos a partir do PIBID Interdisciplinar UDESC. Como resultados, destaca-se a experiência de desenvolvimento de três jogos e a familiarização dos alunos com o cenário escolar.
O presente artigo tem por objetivo compreender como ocorrem as condições de ingresso ao ensino superior para pessoas em condição de refúgio. Para isso, foram analisadas 14 universidades brasileiras, vinculadas à Cátedra Sérgio Vieira de Melo (CSVM), que realizaram ações de acesso para pessoas refugiadas entre os anos 2020-2021. Os dados foram levantados a partir do Relatório anual da CSVM, e dos sites institucionais das universidades pesquisadas. Trata-se de um estudo descritivo e analítico, com foco em análise documental. O referencial teórico ancora-se nos seguintes autores: Cury (2002), Bobbio (2004), Kreutz (2003) e Moreira (2015) cujas discussões gravitam sobre o direito à educação, políticas educacionais e migração. O estudo nos permite considerar que nem todas instituições de ensino superior criaram editais específicos ou disponibilizaram vagas exclusivas às pessoas em situação de refúgio ou migração. O ingresso facilitado conforme o relatório da CSVM (2020) tem sido interpretado de diferentes formas pelas instituições de ensino superior, o que denota que nem todas as IES têm garantido o acesso de forma facilitada. Tais dificuldades ocorrem em diversos níveis: desde o acesso à informação para ingresso, a forma de realizar o exame, comprovação de documentos, proficiência em língua portuguesa e pagamento de taxas.
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