Esse artigo busca resgatar a história dos sistemas de abastecimento de água da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com base nas perspectivas analíticas apontada pelos estudos da ecologia política, da história dos sistemas sociotécnicos e da história urbana ambiental. A análise realizada mostra a crescente dependência do abastecimento do Rio de Janeiro e dos municípios da Baixada Fluminense de um único sistema, o Guandu, que foi passando por sucessivas ampliações. Um grande volume de recursos foi investido nesta estrutura, hoje consolidada, dificultando sua modificação e demonstrando a pertinência de conceitos construídos no da história dos sistemas sociotécnicos e da história ambiental urbana, como “momentum” e dependência de trajetória, para compreender a lógica que orienta a construção do sistema Guandu e que dificulta a adoção de outras alternativas para atender a população de áreas ainda sem acesso aos serviços da Baixada Fluminense.
We seek to advance a critical and relational concept of urban water security that theorizes urban processes in relation to the hydro-social dynamics that produce experiences of water securities and insecurities at multiple scales. Our intention is to set out an analytical framework that both examines the social relations that underpin water insecurity and goes beyond the urban as merely the context in which water provision and risk take place. We seek to mobilize this concept to envision meaningful water policies and hydro-social practices to enhance social equity and empowerment for urban communities.
RESUMO A Baixada Fluminense tem sua identidade territorial marcada pelos rios, e seu nome está relacionado com a configuração fisiográfica da região. O artigo busca contribuir com a história da construção dessa identidade, no século XIX e início do século XX, sob uma perspectiva teórica que se situa na interface entre história ambiental e história dos sistemas sociotécnicos, possibilitando articular dinâmicas fluviais e sociais. O pano de fundo são as mudanças sociais e políticas no Brasil e no Rio de Janeiro no século XIX e até a década de 1930. A análise foi dividida em três diferentes períodos: (i) entre o início da ocupação do território, no final do século XVI, até a primeira metade do século XIX, quando os rios possibilitaram a prosperidade de alguns povoamentos; (ii) a estagnação econômica e subsequente decadência da região na segunda metade do século XIX e o início de sua representação como local pantanoso insalubre no final desse século, tendo os rios como foco dessa insalubridade; (iii) grandes intervenções sobre os rios na década de 1930, realizadas pelo DNOS, possibilitando um novo ciclo de desenvolvimento econômico da região.
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