Esse estudo foi realizado no contexto do componente curricular Metodologia de Pesquisa, em um curso de licenciatura, no qual a proposta foi a de aprender pesquisar na prática. O tema, escolhido pelo grupo de alunos, foi a procrastinação em âmbito universitário, com o objetivo de compreender se ela contribui negativamente para o desempenho acadêmico. O motivo da escolha do tema foi a percepção da recorrência do fenômeno no contexto de inserção, inclusive entre os participantes. A pesquisa enfatizou a abordagem qualitativa, utilizando como instrumento metodológico entrevistas semiestruturadas, gravadas, transcritas e analisadas através da Análise de Conteúdo. Os resultados indicam que a elaboração de uma estratégia de organização de tarefas pode contribuir para minimizar a procrastinação acadêmica, porém ideias como “automatismo de repetição” iniciando, muitas vezes, cursos com atitudes e procedimentos aprendidos em contextos escolares diferentes, no modo “cumprir tarefa”, sem que os alunos sejam acolhidos com a explicitação das mudanças de expectativas, sem perceber que aprender pode ser significativo e prazeroso, quando explicitados os “objetivos” os “procedimentos”, os “critérios avaliativos”, contribuíram para que os alunos/pesquisadores refletissem criticamente, percebendo que, ao longo dessa experiência não haviam procrastinado tarefas e que tinham aprendido metodologia de pesquisa na prática, realizando uma que está sendo compartilhada nesse artigo.
A qualidade da educação é influenciada por múltiplos fatores e diferentes autores apontam que a atuação didática do professor é a razão determinante da qualidade da aprendizagem dos alunos. Não é o único fator, mas é o mais importante. Sendo assim, políticas públicas voltadas para a qualificação da formação docente são necessárias, especialmente no caso do Brasil, que se encontra em uma situação difícil em relação aos indicadores de qualidade nos processos de ensino e de aprendizagem. As novas diretrizes para a formação veem na esteira desse cenário, a fim de induzir mudanças substanciais nos cursos de licenciatura. Metodologicamente, analisamos, a partir de uma abordagem qualitativa, o documento, ao pontuar alguns limitadores e sugerir possibilidades alternativas. Nosso objetivo foi o de refletir criticamente sobre o processo de (auto) formação docente promovido nos cursos de licenciatura no Brasil. Concluímos, por enquanto e considerando que muito precisa ser feito nos cursos de formação docente que as mudanças são dependentes/autônomas do contexto amplo no qual se inserem as instituições, os cursos, os componentes curriculares, os professores efetivos, os alunos e os servidores em geral. Para viabilizar mudanças significativas, todos esses agentes precisarão reconhecer a necessidade de mudar e assumir a tarefa como sua, atribuindo significado a ela. Isso é processo. Analisar e refletir criticamente sobre as novas diretrizes propostas pode contribuir nele.
Resumo: Evidências científicas são um conjunto de informações coletadas metodologicamente sobre um objeto de estudo específico. Esse texto analisa se há evidências científicas que sustentam ser possível alfabetizar, em um ano letivo, a todos os alunos. O caminho metodológico foi percorrido através da revisão da literatura sobre o tema, a identificação de propostas que sugerem um outro tempo para concretizar o processo de alfabetização, bem como com a aplicação de um questionário com professores alfabetizadores, perguntando suas percepções sobre as razões de alguns alunos aprenderem em um ano letivo e outros não. Com base na análise do conteúdo das respostas, confrontadas com a revisão de literatura sobre o tema, concluímos que os motivos apontados se mantêm estáveis entre os professores alfabetizadores há muitos anos e não justificam a não aprendizagem em um ano letivo, não são sustentados por evidências científicas. Essas indicam ser possível alfabetizar todos os alunos em um ano letivo, desde que o professor alfabetizador tenha reconstruído o conhecimento científico sobre como se ensina a ler e a escrever, ressignificado e incorporado esses pressupostos teóricos com coerência em sua prática docente.
O uso de textos como estratégia didática, em diferentes componentes curriculares em cursos de licenciatura é muito frequente. Nos planos de ensino, na data referente à aula, os professores, muitas vezes apenas citam a referência do texto que será utilizado em determinadas aulas. Essa estratégia parece trazer implícita a “obviedade” dos objetivos de aprendizagem que desejam alcançar. Entretanto, devido aos problemas nos indicadores de aprendizagem, nas diferentes modalidades de ensino no Brasil, evidenciados em diversas avaliações nacionais e estrangeiras, e, relacionando com o uso contumaz dessa estratégia na Educação Superior, resolvemos pesquisar o tema a fim de evidenciar as percepções dos alunos de cursos de Pedagogia sobre o uso da estratégia didática baseada na leitura de textos acadêmicos. Nossa hipótese inicial é de que há problemas nos processos de ensino e de aprendizagem decorrentes do uso frequente e equivocado dessa estratégia, que poderia ser mais bem explorada. A metodologia do estudo adota uma abordagem, qualitativa/descritiva/interpretativa/explicativa/compreensiva, reconhecendo o caráter complexo da realidade. Os sujeitos do estudo foram alunos ingressantes em cursos de Pedagogia de duas instituições de Educação Superior. As conclusões parciais são que os alunos têm dificuldade de atribuir significado a essa estratégia; que encontram dificuldades de leitura e compreensão textual; que raramente conseguem ler os textos demandados. Os motivos evidenciados estão articulados com o perfil dos estudantes de Licenciatura em Pedagogia, que ingressam nos cursos com importantes lacunas de conhecimento prévio e com a maneira como a estratégia didática é proposta. Como sugestões para superar esse desafio, nos encaminhamentos finais do texto foram apresentadas algumas alternativas de solução.
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