Objetivou-se identificar as condições de saúde bucal de universitários do curso de odontologia de uma instituição de ensino particular e avaliar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida dessa população. A pesquisa foi realizada durante o período de 8 meses e foi composta por universitários de odontologia com interesse em realizar clareamento dentário caseiro. Na anamnese dados sociais, história médica e odontológica, queixa principal, uso de substâncias corantes, tratamento ortodôntico realizado e presença de sensibilidade dentária foram coletados. Ao exame clínico intrabucal observou-se retração gengival, biofilme visível, índice de cárie e fluorose. Os graduandos responderam a um questionário para mensurar o impacto da saúde bucal na qualidade de vida (OHIP14). Quarenta e sete graduandos do curso de odontologia com média de idade de 23,5 anos (dp 5,5) que passaram a infância na capital do Rio de Janeiro (72,5%) e que não apresentavam doenças sistêmicas (87,2%) foram incluídos na amostra. A grande maioria (66%) realizou tratamento ortodôntico, 14,9% apresentavam retração gengival e 36,2% apresentavam biofilme visível no momento do estudo. Uma grande parte da população (44,7%) apresentava dentição hígida e o CPOD foi de 4,13 (±4,5). A fluorose leve ou muito leve afetou 6,4% dos participantes. Observou-se ainda uma boa qualidade de vida (OHIP =4,9 (±5,6)) sem impacto negativo relacionado à saúde bucal. Não houve associação positiva entre o gênero e a dentição hígida e entre biofilme visível e dentição hígida (p>0,05). Foi observada uma associação significativa entre a ausência de tratamento ortodôntico e dentição hígida (p=0,01). Pode-se concluir que, em um número expressivo, os universitários participantes se encontravam saudáveis e com a dentição hígida, entretanto, estavam insatisfeitos em relação à forma, posição e cor dos dentes. Não foi observado impacto negativo na qualidade de vida relacionada à saúde bucal.