Este é um artigo de acesso aberto, licenciado por Creative Commons Attribution License (CC-BY 3.0), sendo permitidas reprodução, adaptação e distribuição desde que o autor e a fonte originais sejam creditados. RESUMO O artigo visa apresentar resultados de uma investigação junto a exemplares selecionados do jornal O Estado de São Paulo, no período entre 2003 e 2013, com o intuito de compreender como o Programa Bolsa Família (PBF), programa de transferência de renda condicionada do governo federal criado em 2003, foi apresentado em um jornal de grande circulação nacional durante seus 10 primeiros anos de existência. Para a realização da pesquisa, foram lidos 60 exemplares do jornal O Estado de São Paulo, selecionados em setembro e outubro de 2003, outubro de 2008 e outubro de 2013. Desse conjunto, foram selecionadas 27 matérias que tratam diretamente do PBF e que constituem o corpus da investigação apresentada.A seleção dos períodos temporais justificou-se no sentido de analisar as matérias sobre o PBF no ano de seu lançamento, cinco e dez anos depois. Ao longo dos dez anos, pode-se notar mudanças em relação à maneira como o programa foi retratado pelo jornal, sobretudo, em relação às chamadas portas de saída. Em 2003, foram encontradas matérias que chamavam atenção para a questão das "portas de saída" e tratavam o PBF como "Bolsa Esmola", por uma característica de seu desenho de não exigir um tempo máximo de permanência no Programa. Tais críticas, ao longo dos anos, arrefeceram, a tal ponto de, em 2013, o principal candidato da oposição à presidência da República propor a Constitucionalização do benefício, além de ser visto como uma força positiva para a campanha da reeleição da presidente da República Dilma Rousseff. Palavras-chave: políticas públicas, transferência de renda, educação, jornal O Estado de São Paulo.