A Atenção Primária em Saúde é considerada o principal modelo de organização da atenção à saúde e a via de acesso mais adequada a população. Este nível de atenção tem a capacidade de responder de forma contínua, sistematizada e equânime, à maior demanda de saúde no âmbito individual e coletivo. O Brasil assume compromisso com uma proposta de vigilância em saúde voltada para a infecção humana pelo SARS-CoV-2 (infecção respiratória pelo novo coronavírus), apoiada pela consolidação de informações da OMS e novas evidências técnicas e científicas. Com a rápida disseminação do vírus os serviços da APS tornam-se essenciais para o enfrentamento do agravo. Mas o impacto da mudança no financiamento da Atenção Primária em Saúde, pode gerar sobrecarga à rede de atenção à saúde, que vive em um panorama marcado por instabilidade e precarização das relações de trabalho.
Introduction: Despite the improvement in oral health conditions observed in the Brazilian population, there are still high social inequalities that must be monitored. Objective: To evaluate income inequality in oral hygiene practices, oral health status and the use of dental services in the adult and senior Brazilian population. Methods: Data from the National Health Survey conducted in 2013 (Pesquisa Nacional de Saúde - PNS 2013) were used for the population aged 18 years old or older. Results: Inequalities were found among the income strata in most of the oral health indicators evaluated. The greatest inequalities were observed in the use of dental floss, in hygiene practices (PR = 2.85 in adults and PR = 2.45 in seniors), and in total tooth loss (PR = 6.74 in adults and PR = 2.24 in seniors) and difficulty in chewing (PR = 4.49 in adults and PR = 2.67 in seniors) among oral condition indicators. The magnitude of inequalities was high in both groups in most oral condition indicators. Income was a factor that persisted in limiting access to dental services, and even the lower income segments had high percentages that paid for dental consultations. Conclusion: Based on data from the first PNS, the findings of this study enabled the identification of oral health and dental care aspects more compromised by income differentials, thus, contributing to the planning of dental care in Brazil and to stimulate the monitoring of these disparities with data from future surveys.
BackgroundInequalities between men and women in morbidity and mortality show a contrast, which has been called gender paradox. Most studies evaluating this paradox were conducted in high-income countries and, until now, few investigations have been performed in Brazil. This study aims to estimate the magnitude of inequalities between adult men and women in several dimensions: demographic and socioeconomic, health behaviors, morbidity, use of health services and mortality.MethodsThe data were obtained from population-based household survey carried out in Campinas (Campinas Health Survey 2008/09) corresponding to 957 people, and data from the Mortality Information System (MIS) between 2009 and 2011. Prevalences and prevalence ratios were analyzed in order to verify the differences between men and women regarding socioeconomic and demographic variables, health behaviors, morbidities and consultations in the last two weeks. Mortality rates and the ratio between coefficients considering the underlying causes of death were calculated.ResultsWomen had a greater disadvantage in socioeconomic indicators, chronic diseases diagnosed by a health professional and referred health problems as well as make more use of health services, while men presented higher frequency of most unhealthy behaviors and excessive mortality for all causes investigated.ConclusionsThe findings contribute to the discussion of gender paradox and demonstrate the need to employ health actions that consider the differences between men and women in the various health dimensions analyzed. The premature male mortality from preventable causes was outstanding, making clear the need for more effective prevention and health promotion directed to this segment of the population.
RESUMO: Introdução: É amplamente reconhecido que elevada concentração de renda prevalece no Brasil e que a posição socioeconômica dos segmentos sociais exerce influência nas condições de vida e saúde, incluindo a qualidade da alimentação. Objetivo: Medir a magnitude das desigualdades sociais no perfil da qualidade alimentar da população brasileira. Método: Analisaram-se dados da amostra de 60.202 adultos da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. Foram estimadas as prevalências de indicadores de qualidade alimentar segundo sexo, raça/cor, renda, escolaridade e posse de plano de saúde. Razões de prevalência foram estimadas por meio de regressão múltipla de Poisson. Resultados: Maior prevalência de consumo de alimentos saudáveis foi verificada no sexo feminino, entre os brancos e no grupo de melhor nível socioeconômico. Entretanto,para alguns alimentos considerados não saudáveis, como doces, sanduíches, salgados e pizzas, também foi observada maior prevalência nos segmentos sociais mais favorecidos, nas mulheres e nos brancos, expressando a concomitância de escolhas alimentares saudáveis e não saudáveis. Desigualdade de maior magnitude foi observada quanto à comparação do consumo de leite desnatado e semidesnatado segundo renda (razão de prevalência - RP=4,48). Conclusão: Além de expressiva desigualdade social no perfil alimentar dos brasileiros, foram detectados perfis mistos, incluindo alimentos saudáveis e não saudáveis, sinalizando a necessidade de monitoramento e de intervenções de promoção de alimentação saudável que levem em conta as desigualdades sociais e as contradições no consumo alimentar.
RESUMO: Objetivos: Avaliar a magnitude de desigualdades socioeconômicas e demográficas da utilização de medicamentos para controle de hipertensão arterial e diabetes mellitus na população brasileira. Método: Foram analisados dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) conduzida no Brasil em 2013, com amostra representativa da população com idade de 18 anos ou mais. Foi estimada a utilização de medicamentos para hipertensão e diabetes segundo renda, escolaridade, raça, posse de plano de saúde e região de moradia. Também foram estimadas as razões de prevalência ajustadas por sexo e idade, por meio de regressão de Poisson. Resultados: Entre os hipertensos, 81,4% fazem uso de medicamentos para controle da doença, sendo a utilização maior entre as mulheres, os brancos e os que têm plano de saúde. No caso de diabetes mellitus, 80,2% fazem uso de medicamentos para controlar a doença e o uso foi mais elevado entre os pacientes idosos, com maior escolaridade, com plano de saúde e da Região Sudeste. As desigualdades segundo renda e plano de saúde foram de pequena magnitude mesmo nos estratos de sexo, idade e região geográfica analisados. Conclusão: Foi constatada utilização de medicamentos para controle da hipertensão e diabetes que pode ser considerada elevada, e as desigualdades socioeconômicas e regionais desse uso revelaram-se de magnitude não expressiva, em virtude da implementação de políticas farmacêuticas no Brasil, que visam promover maior e mais equânime acesso da população a medicamentos.
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