Neste artigo são apresentados os resultados de uma pesquisa realizada na cidade de Divinópolis (MG), que teve por objetivo analisar as perspectivas de ingresso dos estudantes da EJA no ensino superior. Por meio de uma abordagem qualitativa, o desenho metodológico considerou a aplicação de um questionário a 142 (cento e quarenta e dois) sujeitos que estavam concluindo esta modalidade de ensino em 2019, com o intuito de levantar aspectos relacionados às trajetórias escolares, perfil socioeconômico dos estudantes e expectativas sobre o acesso ao ensino superior. Os dados revelaram que uma maioria considerável dos alunos tem interesse em dar continuidade aos estudos, porém possuem capital informacional e cultural insuficientes a respeito dos trâmites para a inserção na educação superior. Com isso, fica evidente no estudo que as desigualdades de acesso ao capital cultural derivam da desigualdade social, próprias das sociedades de classes, bem como é pertinente que estes estudantes, sem oportunidade de acesso ou permanência no ensino básico regular, sejam encorajados e instruídos à longevidade escolar.
Considerando que os estudos sobre estudantes-trabalhadores no ensino superior revelam desafios para que estes indivíduos possam garantir sua permanência na graduação, a questão que buscamos responder compreendeu quais as estratégias estes estudantes recorrem visando garantir a permanência no ensino superior, considerando os principais desafios em conciliar o trabalho e os estudos. O objetivo geral desta pesquisa foi compreender os percursos, ingresso e estratégias de permanência destes estudantes no espaço acadêmico, bem como investigar como os capitais (social, econômico e cultural) têm impacto em suas trajetórias. O desenho metodológico, para além de um levantamento bibliográfico sobre a temática, pautou-se em uma abordagem quali-quanti, que contou com a aplicação de um questionário on-line aos estudantes-trabalhadores do curso de História da UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais – Campus Divinópolis) matriculados e frequentes no ano de 2020. Os resultados evidenciaram que a renda destes indivíduos é essencial para o sustento familiar, impossibilitando que eles se dediquem integralmente à graduação. Além disso, o campo de atuação profissional atual destes universitários se distancia da licenciatura, concentrando-se em atividades laborais relacionadas ao setor de prestação de serviços. Contudo, os estudantes-trabalhadores se esforçam para permanecer na universidade, inclusive atingindo rendimento acadêmico satisfatório, embora não tenham oportunidades consideráveis de participação em atividades científico-acadêmicas.
O acesso de sujeitos de camadas populares ao ensino superior brasileiro, sobretudo em Universidades Públicas, ainda se constitui como algo “estatisticamente improvável”. Objetivou-se, neste estudo, investigar quais as estratégias e mobilizações de escolarização construídas por sujeitos oriundos dos meios populares para o ingresso no ensino superior nos cursos de Licenciatura da UEMG-Ibirité. A pesquisa é de cunho qualitativo e seguiu três etapas: análise na literatura; aplicação de questionário socioeconômico e entrevista narrativa. Entre os achados, evidenciou-se que o curso escolhido nem sempre teve ligação com o desejo pessoal do graduando, mas sim com a possibilidade de ingresso.
Esse trabalho tem por objetivo investigar como ocorre o processo de formação de educadores para a Educação de Jovens e Adultos, atentando-se para as peculiaridades discentes, suas dificuldades e necessidades no processo de escolarização. A partir da análise de 8 (oito) trabalhos de Minas Gerais inscritos no V Seminário Nacional sobre Formação de Educadores de Jovens e Adultos (2015), verificou-se que, devido à diversidade das trajetórias pessoais e profissionais dos alunos dessa modalidade de ensino, a formação docente deve ser especifica para atender a EJA. A formação inicial e continuada do professor é fundamental no processo de ensino-aprendizagem, em parceria com a colaboração de outros sujeitos das instituições escolares, como, por exemplo, a supervisão. Por fim, destaca-se que a elaboração de propostas curriculares deve considerar as exigências e interesses do educando, de modo a favorecer sua permanência na instituição escolar. PALAVRAS-CHAVE: Educação de Jovens e Adultos; formação de professores; formação inicial e continuada de professores.
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