Justificativa e Objetivos: Muitos avanços ocorreram em prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças infecciosas, porém elas ainda são as principais causas de hospitalização e morte em idosos. O objetivo deste trabalho foi verificar o benefício do uso de antimicrobianos e sua associação com a implementação de outras medidas terapêuticas e com a indicação de cuidados paliativos nas duas últimas semanas de vida de idosos em internação hospitalar, a fim de subsidiar o desenvolvimento de modelos racionais de prescrição para este grupo. Métodos: Foi desenvolvido um estudo retrospectivo realizado pela análise de prontuários dos idosos participantes do estudo epidemiológico do tipo coorte ―Desenvolvimento de uma linha de cuidados para o idoso no Hospital Universitário de Santa Maria‖ que apresentaram óbito como desfecho. Resultados: Dos 97 indivíduos avaliados, 89,7% (n = 87) fizeram uso de antibiótico nas duas últimas semanas de vida. Entre aqueles que utilizaram antibacteriano, 38,9% apresentaram sinais clínicos de melhora após o início do tratamento (n = 28). Assim, foi possível afirmar que não houve associação entre o alívio dos sintomas e o uso de antibacteriano (p = 0,377). Entre aqueles que se beneficiaram da antibioticoterapia, 46,4% foram indicados para infecção respiratória e 14,3% para infecção do trato urinário. Não foi encontrada dependência entre o uso de antibacteriano e as outras medidas terapêuticas adotadas (p = 0,057), nem com a indicação de cuidado paliativo (p = 0,065). Conclusão: Observou-se pouca evidência de benefício no uso de antibacteriano no grupo estudado, o que sinaliza a necessidade de uma adequação de plano de cuidado diferenciada para esse perfil de pacientes.
Introdução: Os antidepressivos tricíclicos (AT) são considerados padrão ouro de eficácia terapêutica frente a depressões graves, inclusive para idosos acima de 80 anos. Entretanto, os ATs apresentam maiores efeitos colaterais se comparados a outras classes, devido ao mecanismo de ação via bloqueio de recaptura de monoaminas, principalmente norepinefrina e serotonina, e em menor proporção dopamina. Em idosos ATs pioram o desempenho cognitivo, em superdosagens podem causar Delirium. Objetivo: Analisar associação entre o uso de ATs antes da internação em dosagens terapêuticas com o diagnóstico de Delirium. Método: A coleta de dados ocorreu nos anos 2015/2016 no Hospital Universitário de Santa Maria (RS). A amostra foi composta por 493 idosos, 89 idosos foram excluídos por não apresentarem dados suficientes. O diagnóstico de delirium na da admissão hospitalar foi obtido pelo Confusion Assessment Method(CAM). Análise estátistica via SPSS, p < 0,05 considerado significativo. Resultados: O perfil da amostra com idade entre 60 e 69 anos (48%), sendo 57,2% (n=231) do sexo masculino, a prevalência de ingresso foi por fraturas gerais (20%), neoplasias (19,6%), e doenças cerebrovasculares (16,6%). Houve associação entre o uso de ATs antes da admissão hospitalar e o diagnóstico de Delirium na admissão hospitalar (p=0,035), com risco relativo para desenvolver o Delirium em 3,79 maior para os idosos que faziam uso de ATs. Conclusão: Mesmo quando administrado em doses terapêuticas os Ats, apresentaram associação com o diagnóstico de Delirium. Mais estudos precisam ser realizados para confirmação desta hipótese.
Introdução: A imobilidade durante internações hospitalares pode ter impacto no sistema musculoesquelético favorecendo outras doenças e a síndrome sarcopenica, bem como no sistema emocional dos idosos. Objetivo: Analisar a associação entre imobilidade intra-hospitalar e mortalidade em idosos após 3 anos de seguimento. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, longitudinal e descritivo. A coleta de dados inicial ocorreu no ano de 2015 - 2016 e o desfecho mortalidade foi analisado nos anos de 2017-2020. A amostra proveniente do Hospital Universitário de Santa Maria, composta inicialmente por 493 idosos, sendo que 165 foram excluídos por não apresentarem 2/3 dos dados necessários para o estudo ou à ausência de contato. Análise estatística via software SPSS versão 21.0, por análise univariada do teste de qui-quadrado ou exato de Fisher e a razão de chances (odds ratio) através da regressão logística (modelo Backword). Valores significantes foram considerados quando p valor <0,05. Resultado: Observou-se 4,6%(n=15) apresentavam imobilidade prévia a internação e que 43,0% (n=141) apresentavam imobilidade de causa hospitalar, destes 53,2%(n=75) eram do sexo masculino, com idade entre 60 e 69 anos(41,8%), a maior prevalência de imobilidade (31,9%) foi devido a fraturas. Observou-se associação entre as variáveis imobilidade de causa hospitalar e óbito no período de 3 anos após a internação(p=0,039). Conclusão: A associação entre imobilidade intra-hospitalar de idosos e mortalidade destes idosos após 3 anos de seguimento foi encontrada. Estes dados reforçam a necessidade de o paciente manter-se ativo, dentro de suas possibilidades, durante o período de internação.
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