As leishmanioses constituem grave problema de saúde pública, ocorrendo em 98 países. O Brasil é responsável pela, quase, totalidade dos casos notificados de Leishmaniose Visceral (LV) nas Américas, e a doença está em processo de urbanização. A Leishmaniose Tegumentar (LT) também apresenta ampla distribuição mundial. No Brasil, a região Norte possui o maior número de casos confirmados, a maioria deles causados por Leishmania (L.) amazonensis. Os fármacos de primeira escolha para o tratamento das leishmanioses são derivados do antimônio pentavalente (Sb 5+ ), como o glucantime, o mais utilizado no Brasil. Fármacos antimoniais apresentam vários efeitos adversos, além disso, nos últimos anos, o problema agravou com o surgimento de resistência dos parasitos a estes medicamentos. A necessidade de novos fármacos leishmanicidas eficazes vem despertando o interesse em pesquisas de plantas utilizadas para este fim em países endêmicos, levando ao reconhecimento de produtos naturais ativos, os quais podem representar marcadores químico-biológicos para o desenvolvimento de fitoterápicos eficazes e seguros, novos fármacos ou protótipos para a síntese de substâncias químicas potencialmente ativas. O objetivo da presente revisão é destacar os trabalhos publicados sobre plantas leishmanicidas da Amazônia Brasileira e motivar um maior interesse para pesquisas na área.
A doença de Chagas consiste em uma infecção sistêmica de evolução essencialmente crônica causada pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi, o qual tem como seu vetor o besouro do gênero triatoma conhecido como barbeiro. No Brasil, dados epidemiológicos demonstram elevados casos de transmissão oral, principalmente na região Norte. No estado do Pará os casos diagnosticados de infecção por via oral são em sua maioria relacionados ao consumo do açaí (Euterpe oleracea), e estão em crescimento, o que reforça a necessidade de estratégias de vigilância e controle contra o agravo da doença. Esta pesquisa objetivou organizar dados através de uma revisão bibliográfica referentes à infecção da Doença de Chagas transmitida pelo consumo de açaí no município de Belém, Pará, nos últimos 10 anos. Os artigos pesquisados foram categóricos ao relacionar o consumo do açaí à transmissão da doença de chagas na região amazônica, em especial na cidade de Belém/PA, seja pela confirmação de casos através de surtos ou experimentos diagnósticos de T. cruzi em amostras de açaí. Os casos se apresentam a través de surtos esporádicos, no entanto há suspeita de ampla subnotificação. Diferentes autores convergiram no fato de que é necessário qualificar os agentes envolvidos na cadeia de produção do açaí, a fim de reduzir o contágio através deste alimento. Há principal solução parece estar na educação tanto dos consumidores quanto dos produtores.
A vasta biodiversidade brasileira, representada de maneira especial pela região amazônica, possibilita o estudo e desenvolvimento de cosméticos sustentáveis com os ricos produtos naturais disponíveis. As manteigas vegetais de cupuaçu e de murumuru mostram-se promissoras para incorporação em sabonetes em barra, pois ambas possuem propriedades terapêuticas de hidratação e retenção de água. O presente estudo desenvolveu formulações para esta proposta de sabonete. Os sabonetes foram produzidos controlando-se os parâmetros de produção a partir de uma base comercial de sabonete vegana, com adição de concentrações crescentes de manteiga (1%, 2% e 3% de cupuaçu; e 1%, 2% e 4% de murumuru), e ao final foram realizados testes de controle de qualidade físico-químico. Os testes foram feitos em duplicata, e os sabonetes com manteiga de cupuaçu e manteiga de murumuru a 1% apresentaram maior resistência à água, maior durabilidade, maior ponto de fusão e menor acidez. Apesar disso, todos sabonetes propostos apresentaram baixo nível de acidez, exceto o sabonete de cupuaçu a 3%, e o índice de espuma e índice de saponificação foram crescentes de forma proporcional às concentrações das manteigas vegetais. Não foi observado rachaduras em nenhuma amostra e o pH em torno de 10,3 em todas as amostras sugere que o sabonete tenha um alto poder limpante. Em suma, os resultados sugerem que as formulações contendo 1% de manteiga são adequadas para criação de produtos com potencial de comercialização.
Objetivo: o presente estudo buscou investigar a contribuição em alguns parâmetros físico-químicos da adição de manteiga de cupuaçu à formulação de um sabonete de base glicerinada. A comprovação da validade da manteiga de cupuaçu como aditivo cosmético seria de grande importância para a economia local. Metodologia: foram preparados sabonetes de base glicerinada, um grupo com manteiga, e outro sem. Então foram realizados testes em duplicata de absorção de água, durabilidade, rachaduras, índice de saponificação, índice de acidez, volume de espuma, ponto de fusão e pH. Resultados: a adição da manteiga trouxe uma melhoria dos aspectos de durabilidade, volume de espuma, ponto de fusão e pH, enquanto os parâmetros de índice de acidez e absorção de água tiveram uma leve piora, que não comprometeu a qualidade do sabonete. Conclusão: a manteiga de cupuaçu aparenta ser uma boa opção de aditivo cosmético, sendo necessários mais estudos que investiguem suas propriedades farmacológicas no uso tópico.
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