Cet article examine comment, à partir du drame des migrants qui font route vers l’Europe, Frères migrants de Patrick Chamoiseau suggère la possibilité d’un « humanisme à la mesure du monde » (CÉSAIRE, 1973). L’essai manifeste une intention humaniste, sous la forme d’une bibliothèque intertextuelle qui perpétue tout à la fois la pensée de l’humanisme et l’esprit de la « sentimenthèque » figurant dans Écrire en pays dominé (CHAMOISEAU, 1997). Si le traitement inhumain infligé aux migrants dévoile les angles morts de l’humanisme européen et rappelle les méthodes coloniales, la prise en compte fraternelle de ces derniers invite à repenser et à élargir l’humanisme. La médiatisation de l’essai se prolonge par la publication d’un recueil collectif Osons la fraternité ! Les écrivains aux côtés des migrants (CHAMOISEAU, LE BRIS, 2018) au sein duquel certains textes questionnent les apories de toute intention humaniste.
Baudelaire dedicou-se a Mon coeur mis à nu de 1859 a 1865. Tendo no horizonte as Confessions de Jean-Jacques Rousseau e o projeto nunca realizado My heart laid bare, de Edgar Allan Poe (de onde, aliás, o título Mon coeur mis à nu), Baudelaire tem consciência de que a realização do seu projeto não será fácil, expressando a dificuldade, e por vezes a própria sensação de impossibilidade, em muitas das suas cartas pessoais. Baudelaire morre em 1867, não concluindo o projeto. O que deixa são notas, planos de texto, parágrafos avulsos, trechos a serem incluídos em textos futuros, listas de assuntos a tratar. Poulet-Malassis, amigo e principal editor de Baudelaire, fica encarregado de ordenar e encadernar os manuscritos referentes a Mon coeur mis à nu. Já a primeira publicação integral ficará a cargo de Eugène Crépet, que escolhe chamar o texto, se é texto, de Journaux intimes, interpretando (erroneamente) um projeto literário, ou, em certo sentido, um texto literário em processo de escritura, como diário. No Brasil, dispomos de quatro (re)traduções: Meu coração desnudado (Nova Fronteira, 1981), de Aurélio Buarque de Holanda; Meu coração a nu (Nova Aguilar, 1995), de Fernando Guerreiro; Meu coração desnudado (Autêntica, 2009), de Tomaz Tadeu; e Diários íntimos (Caminho de Dentro, 2013), de Jonas Tenfen. Este trabalho tem como objetivo central a análise dessas (re)traduções. Pretende-se discutir ainda a noção de retradução nos estudos da tradução, percorrendo autores como Berman (1990), Gambier (1994; 2012), Ladmiral (2012) etc.; e revisar a crítica literária sobre Mon coeur mis à nu, buscando problematizar tanto a postura de enxergá-lo como diário íntimo quanto a tendência de encerrá-lo em uma poética do rascunho (DIDIER, 1973) relativamente estanque e estável. Compreendendo a retradução como um espaço ético (CARDOZO, 2007) de relações (tensas) entre modos de ler e dizer o texto, buscamos identificar as posturas tradutórias em jogo em cada (re)tradução brasileira, isto é, de que maneira entendem e dão a ver Mon coeur mis à nu no sistema literário brasileiro. Para isso, recorremos não somente às próprias (re)traduções, mas também ao material paratextual (RISTERUCCI-ROUDNICKY, 2008), lugares em que os tradutores apresentam mais explicitamente seus entendimentos não apenas do texto em tradução, mas do próprio ato tradutório. Identificando em Mon coeur mis à nu uma textualidade altamente movente, fundamentada em tensões insolúveis (projeto e obra; processo e texto), percebemos que as (re)traduções brasileiras atenuam, ou mesmo apagam, essas tensões, fazendo escolhas tradutórias e editoriais que homogeneízam o texto, suprimem suas variabilidades e virtualidades e inscrevem Mon coeur mis à nu na memória do diário íntimo, da escritura puramente confessional, cujo valor reside mais no pessoal do que nas suas tensões e contradições, latências e potencialidades. Apontamos, como desdobramento, a necessidade de uma (re)tradução brasileira que se baseie exatamente na dimensão processual e variável de Mon coeur mis à nu, não na busca...
O presente trabalho aborda algumas mudanças legislativas, bem como, normativas do Conselho Nacional de Justiça que incentivam a realização de resolução de conflitos por meios alternativos, como a conciliação e a mediação, pela via extrajudicial. O monopólio do Poder Judiciário para a solução de conflitos já não atende mais a excessiva demanda processual, tornando a desjudicialização um meio viável para atender aos anseios sociais. A realização da conciliação e da mediação pelo foro extrajudicial mantém a concretização do princípio do acesso à justiça, de forma célere e econômica. Entretanto, além de mudanças legislativas, é mister uma mudança comportamental dos interessados, para que a via extrajudicial tenha real aplicabilidade e efeitos satisfativos.
Ao traduzir o projeto póstumo Mon cœur mis à nu, de Charles Baudelaire, a partir dos seus muitos inacabamentos, propus um espaço de reescrita em que três traduções possíveis operam simultaneamente, cada qual colocando em cena uma dimensão específica dos seus inacabamentos: marcas matéricas do manuscrito; inexistência de uma ordenação definitiva; rede de historicidades das edições e traduções anteriores. Neste ensaio, ocupo-me especificamente do caso da (não) ordenação de Mon cœur mis à nu, procurando mostrar como a estratégia do comentário-ensaio como tradução me permitiu estabelecer uma relação com Mon cœur mis à nu que nem recorre a soluções apressadas (ordenação randômica digital, edição em folhas avulsas etc.) nem se limita a uma inviável restituição linear e cronológica dos manuscritos. Ao percorrer o texto ensaisticamente, num tipo específico de comentário que Antoine Berman chegou a esboçar teoricamente no seu também inacabado L’âge de la traduction, produz-se uma tradução possível desse texto, desenhada a partir de linhas de força que, atravessando a leitura e a escrita ensaística, talham, estilhaçam e rearranjam o original. Para diferenciar o comentário ensaístico de tradução da nota de tradutor, também é brevemente exposto o trabalho de Ana Cristina César sobre o conto Bliss, de Katherine Mansfield.
O rascunho contínuo: duas retraduções de Mon coeur mis à nu, de Charles Baudelaire Versão original RESUMO OLIVEIRA, Thiago Mattos. O rascunho contínuo: duas retraduções de Mon coeur mis à nu, de Charles Baudelaire. Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2018.O que hoje se denomina Mon coeur mis à nu é um conjunto de notas, aforismos bombásticos, ideias de capítulos por vir, agrupados e encadernados por Poulet-Malassis após a morte de Charles Baudelaire. Em 1887, Eugène Crépet publica a "obra" pela primeira vez, sob o título factício Journaux intimes. Os gestos editoriais pelos quais passou desde então tendem a conter seus inacabamentos, seja recorrendo à denominação "diário íntimo", seja apagando editorialmente marcas da materialidade manuscrita e da provisoriedade de toda proposta de ordenação das notas. Mais recentemente, dois marcos começam a apontar para a dimensão inacabada de Mon coeur mis à nu, ainda que circunscritos a certa concepção filológica do processual: a noção de "poética do rascunho", cunhada por Béatrice Didier ao tratar dos escritos póstumos de Baudelaire, e a edição diplomática de 2001, realizada por Claude Pichois para a editora suíça Droz. Tomando a retradução como estratégia de tradução, propõem-se nesta tese duas traduções simultâneas de Mon coeur mis à nu: uma tradução manuscrítica (voltada para a materialidade do manuscrito e sua transcrição-tradução) e um comentário do original como possibilidade de escrita tradutória (voltado para a necessidade de traçar linhas de força que rompam com a ordenação arbitrária de Malassis e desenhem outras relações possíveis, sem cair, em contrapartida, na falsa solução da desordenação absoluta e "primordial"). Mon coeur mis à nu apresenta uma escrita de cólera, que tem relação, por sua vez, com a teatralidade (a encenação de certa postura encolerizada, desagradável e chocante) e com a fusée (o "aforismo incendiário", o processo de escrita que, atravessado pela cólera, faz-se projeto inacabado, promessa de explosão, projetos-projéteis lançados sobre a página contra a França, a modernidade, a canaille littéraire). Por fim, propomos a noção de contínuo do rascunho, que nos permite construir estratégias de edição e tradução que levem em consideração os inacabamentos de Mon coeur mis à nu, seu aspecto manuscrito, sua dispersão, seu efeito processual, sua cólera que, no limite, se volta contra a própria possibilidade de obra acabada.Palavras-chave: Retradução. Charles Baudelaire. Mon coeur mis à nu. Contínuo do rascunho. Manuscritos. ABSTRACTOLIVEIRA, Thiago Mattos. The continuous draft: two retranslations of Charles Baudelaires's Mon coeur mis à nu. Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, 2018.The today's so-called Mon coeur mis à nu is a compound of notes, bombastic aphorisms, ideas for chapters to come, combined and bound by Poulet-Malassis after Charles Baudelaire's death.In 1887, Eugène Crépet publishes the work for the first time under the sha...
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