<div class="page" title="Page 26"><div class="section"><div class="layoutArea"><div class="column"><p><span>Apresentamos neste artigo uma análise sócio-diacrônica das formas de tratamento na função de sujeito em cartas pessoais dos estados da Bahia, de Pernambuco e do Rio Grande do Norte, na região nordeste, num recorte temporal que contempla os séculos XIX e XX. Os resultados mostram que nas cartas da região nordeste o subsistema de tratamento exclusivo de </span><span>você </span><span>é mais frequente em quase todas as décadas dos dois séculos observados. Esse quadro já se encontra bastante consolidado na primeira metade do século XX, mais especificamente na década de 1910. As escolhas das demais formas de tratamento estão diretamente vinculadas ao tipo de relação estabelecida entre os escreventes, considerando mais poder ou mais solidariedade nos diferentes contatos. </span></p></div></div></div></div>
<div class="page" title="Page 26"><div class="section"><div class="layoutArea"><div class="column"><p><span>Apresentamos neste artigo uma análise sócio-diacrônica das formas de tratamento na função de sujeito em cartas pessoais dos estados da Bahia, de Pernambuco e do Rio Grande do Norte, na região nordeste, num recorte temporal que contempla os séculos XIX e XX. Os resultados mostram que nas cartas da região nordeste o subsistema de tratamento exclusivo de </span><span>você </span><span>é mais frequente em quase todas as décadas dos dois séculos observados. Esse quadro já se encontra bastante consolidado na primeira metade do século XX, mais especificamente na década de 1910. As escolhas das demais formas de tratamento estão diretamente vinculadas ao tipo de relação estabelecida entre os escreventes, considerando mais poder ou mais solidariedade nos diferentes contatos. </span></p></div></div></div></div>
Os resultados mostraram que as formas de tratamento nominal (Vossa Mercê e O Senhor) ainda eram usadas por motivações pragmáticas e pela natureza do texto no século 19 e que houve um aumento progressivo de uso da nova forma (você) em quase todos os tipos de relações sociais ao longo do tempo. Palavras-chave: cartas pernambucanas, formas de tratamento nominal e pronominal, segunda pessoa. 1 Este estudo foi desenvolvido durante o estágio de pós-doutoramento da primeira autora, realizado no período de nov. / 2013 a out. / 2014. O estágio foi supervisionado pela segunda autora (II/Pq 2 CNPq) e foi financiado pelo CNPq, Pós-doutorado Júnior-PDJ. 2 Bolsista de Pós-Doutorado Júnior do CNPq.
Este artigo insere-se nos recentes estudos sobre a história do Português Brasileiro na perspectiva da Sociolinguística Histórica e tem por objetivo analisar as estratégias acusativas, a partir da gramaticalização do você no quadro pronominal de segunda pessoa, em cartas pessoais amorosas, trocadas por sertanejos na década de 50 do século XX. As questões iniciais que envolvem a investigação são as seguintes: i) como se deu a implementação do você no paradigma de segunda pessoa na função acusativa e a resistência do clítico te como estratégia acusativa frente a formas do paradigma de terceira pessoa? ii) Quais contextos morfossintáticos favorecem a ocorrência das formas alternantes na função acusativa na posição pós-verbal? As pesquisas realizadas anteriormente por Lopes et al. (2018), Gomes; Lopes (2014) e Ataíde e Lima (2018) complementam o suporte teórico-metodológico na perspectiva da Sociolinguística Histórica proposto por Conde Silvestre (2007) e do modelo de Tradição Discursiva desenvolvida por Kabatek (2006, 2012); Andrade; Gomes (2018) e Ataíde (2020). Os resultados da análise apontam para a confirmação da hipótese de Lopes et al. (2018) quanto à resistência do clítico te na função acusativa. No que se refere à posição do clítico, constatamos que a próclise é a posição preferida para a colocação do acusativo pelos missivistas e os contextos favorecedores da ênclise foram o início de sentença e quando acusativo foi o pronome você.
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