Resumo Este artigo inicia-se com uma descrição, mediada por fontes on-line, do enterro do músico Dorival Caymmi e com o relato de uma visita que fiz ao local de sua morte, um apartamento no Rio de Janeiro. Em seguida, trato de problematizar e complexificar - à luz das noções clássicas de corpo e pessoa, bem como de um aparato conceitual inspirado nas formas de conhecimento do candomblé brasileiro - a figura pública deste artista, ora subdividindo, ora multiplicando-a em entidades analíticas diversas. Apresentadas as personas de Caymmi e o que chamei de temas transversais, um conjunto de imagens criado a partir da sua trajetória, refletirei brevemente sobre uma categoria êmica, indispensável tanto para as religiões afro-brasileiras quanto para o próprio Caymmi: o silêncio. Concluo com algumas considerações a respeito dos constrangimentos necessariamente implicados nas narrativas, nas lembranças e, de um modo geral, nos testemunhos históricos.
RESUMO Este artigo propõe-se a pensar a reação dos cultos afro-brasileiros à pandemia da COVID-19. Em vez de generalizações, porém, o presente texto procura desdobrar alguns momentos etnográficos específicos, localizados em dois contextos, o Rio Grande do Sul e a Bahia, e possibilitados por mediações online. Sendo um dos primeiros resultados de uma pesquisa em andamento - que tematiza a agência de Exu, divindade do movimento e da comunicação, nessas localidades -, o artigo procura evidenciar, também, alguns aspectos da intensa reflexão prático-conceitual sobre mediação, diferença e cuidado que atravessa tais religiões e que tem chamado a atenção da bibliografia específica recente.
Resumo: Partindo de momentos etnográficos de escalas e durações variadas, que vão da sobrevida de uma árvore ancestral a uma grande peleia jurídica, este artigo analisa a agência de algumas pessoas, coisas e entidades em dois contextos afro-religiosos - um deles situado em Porto Alegre - RS e o outro, em Santo Amaro da Purificação-BA. O batuque e o candomblé são exteriorizados no espaço público dessas duas cidades, sob a forma de objetos e ritos localizados em seus respectivos mercados centrais. Baseando-me nesse paralelo, discuto questões como patrimônio, território e ancestralidade, além da relação entre o pesquisador e seus parceiros de pesquisa, centrando a análise, porém, nas variadas atividades, instanciações e mediações de Exu, divindade fundamental para ambas as comunidades enfocadas.
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