ResumoAs concepções dos educandos acerca de um tema, sob a perspectiva cognitivista de aprendizagem, exercem influência sobre os processos de construção do conhecimento realizados pelo aprendiz. Assim, o conhecimento e a reflexão sobre as concepções discentes são pontos importantes para a condução dos processos de ensino e de aprendizagem. Portanto, com base nesses pressupostos, o presente trabalho tem como objetivo apresentar uma análise das concepções dos alunos acerca do tema Imunologia e do tópico sistema imune humano (SIH) e suas relações com o ensino e a aprendizagem do tema no contexto de um curso técnico de nível médio de Enfermagem. Para tanto, realizamos uma pesquisa descritiva com abordagem qualitativa. Os dados foram coletados por meio de atividades diagnósticas, entrevistas, observações e gravações de áudio. As análises dos dados foram realizadas com base no método interpretativo hermenêutico, em consonância com a abordagem qualitativa. Mediante as análises foi verificada a atribuição majoritária de ações bélicas ao SIH, como ataque e defesa destinados à proteção do organismo contra a invasão de patógenos e/ou corpos estranhos. Foi identificada a crença de que os microrganismos são inimigos e precisam ser vencidos por linfócitos, anticorpos e fagócitos. A presença da metáfora bélica nas respostas e nas falas dos alunos foi relacionada à compreensão dos fenômenos imunológicos ligados exclusivamente à manutenção da saúde como condição de isenção de corpos estranhos no organismo humano. Foi verificado um limitado conhecimento da fisiologia do sistema imunológico na dinâmica de interações do organismo consigo mesmo e com componentes do ambiente em que este se encontra inserido. Apenas um dos 71 alunos participantes da pesquisa mencionou, indiretamente, a relação do SIH com o conceito homeostase, ou seja, como um sistema que atua na manutenção da estrutura (conservação da organização) do organismo por meio do equilíbrio metabólico dinâmico. Com base nos resultados da investigação, sugerimos a necessidade da valorização do ensino de Imunologia com abordagem biológica, sistêmica, homeostática e não metafórica. Justificamos esta indicação em razão da relevância desse conhecimento para compreensão da saúde e das relações estabelecidas entre o organismo e o ambiente, além da compreensão global do organismo e do conjunto de interações internas e externas que atuam na manutenção da vida. Ademais, ressaltamos a sua importância para a tomada de decisão adequada à manutenção da saúde e do bem-estar físico, social e mental. Por fim, preconizamos a necessidade de realização de um ensino que considere as concepções dos educandos e a influência dessas no processo de aprendizagem.Palavras-Chave: Ensino de Imunologia; Concepções de alunos; Homeostase.
Este artigo apresenta o relato de experiência de educação para saúde desenvolvida com alunos do Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA) da cidade do Rio de Janeiro que integravam uma turma do 9º ano. Em um grupo de faixa etária diversa e heterogêneo, foi observada a falta de conhecimento sobre o Papilomavirus humano (HPV) durante as aulas de Ciências. Neste contexto foi desenvolvido um projeto, vinculado à rotina da sala de aula, com o objetivo de trabalhar a prevenção da transmissão e da aquisição do HPV por meio de relações sexuais. Destaca-se que a gravidade da infeção pelo HPV reside em sua relação com o desenvolvimento do câncer de colo de útero e o câncer de pênis. O projeto foi intitulado “Uma proposta para discussão: o HPV”. Com isso, almejou-se inserir e trocar conhecimentos sobre o vírus propiciando a sua prevenção. Como pilar utilizou-se a metodologia de Paulo Freire e sua proposta dialogal que favorece a reflexão e a conscientização. Em resposta observou-se alunos discutindo sobre o vírus e refletindo sobre o próprio comportamento sexual e atitudes anteriormente assumidas. O fato culminou com a construção de um caderno de resumos sobre o HPV pelos educandos. Os resultados apontam ainda a importância de aulas interativas e dinâmicas com maior participação do aluno no processo de ensino-aprendizagem como fator contribuidor para a prevenção de doenças e a promoção de saúde com jovens e adultos.
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