RESUMO A multicausalidade nas lesões relacionadas ao trabalho (LER) é pouco explorada na fisioterapia e sua compreensão baseada no Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário (NTEP) pode fornecer ao fisioterapeuta condição de atuar nos processos do trabalho. O objetivo foi analisar a associação entre diagnóstico clínico e situação ocupacional de usuários de serviço de fisioterapia. Em estudo descritivo transversal, com 656 usuários atendidos de janeiro de 2013 a julho de 2014, foram coletadas de prontuários informações sobre sexo, idade, cor da pele, diagnóstico clínico e situação ocupacional. Testes qui-quadrado e regressão logística foram utilizados para análise da associação entre diagnósticos e situações ocupacionais em população com idade média de 49,4 anos, maioria mulheres, cor branca e predominância de lesões não traumáticas. A regressão múltipla mostrou associação entre serviços domésticos e síndrome do túnel do carpo (odds ratio ou OR=2,54) e lesões no ombro (OR=1,82); entre trabalho na construção civil e algias na coluna (OR=5,78) e fraturas distais de membros inferiores (OR=3,53); e entre aposentados e gonartrose (OR=3,76), artrose na coluna (OR=2,24), acidente vascular encefálico (AVE) (OR=2,03), lesões no ombro (OR=0,27) e fraturas distais de membros inferiores (OR=0,15). O estudo mostrou risco para lesões de membros superiores em serviços domésticos; para lesões na coluna vertebral e fraturas distais de membro inferior na construção civil; e para artroses e AVE em aposentados. Estes apresentaram fator de proteção para lesões de ombro e fraturas de membros inferiores. A atuação fisioterapêutica pode ser ampliada com conhecimento do nexo causal. O fisioterapeuta pode atuar em seleção de indicadores epidemiológicos, formulação de orientações ergonômicas e elaboração de conduta terapêutica.
This study was conducted to describe the health conditions (the psychosocial aspects, sleep quality, and musculoskeletal symptoms) among Brazilian healthcare workers in the context of the pandemic. Workers answered an online questionnaire, including the short version of the Copenhagen Psychosocial Questionnaire (COPSOQ II), the Pittsburgh Sleep Quality Index (PSQI), the Nordic Musculoskeletal Questionnaire (NMQ), and the Beck Depression Inventory (BDI). The most unfavourable psychosocial factors were work pace (61%; 95% CI: 52–69%), emotional work demands (75%; 95% CI: 67–82%), predictability (47%; 95% CI: 39–56%), work-family conflict (55%; 95% CI: 46–64%), burnout (86%; 95% CI: 78–91%), and stress (81%; 95% CI: 73–87%). Most workers (74%; 95% CI: 66–81%) were classified as poor sleepers. Musculoskeletal symptoms were frequent in the neck (64%; 95% CI: 55–72%), shoulders (62%; 95% CI: 54–70%), upper back (58%; 95% CI: 50–67%), and lower back (61%; 95% CI: 52–69%). Depressive symptoms were also highly prevalent (mild: 22%; 95% CI: 15–30%, moderate: 16%; 95% CI: 11–23%, severe: 8%; 95% CI: 4–14%). Most healthcare workers experience unfavourable psychosocial factors, poor sleep quality, as well as musculoskeletal and depressive symptoms. These findings underscore the urgent need to acknowledge and address psychological and physical distress to improve the personal and professional well-being of this population.
A Unidade Básica de Saúde (UBS) e a Estratégia de Saúde da Família (ESF) são dois modelos diferentes de assistência na Atenção Primária à Saúde. Objetivou-se comparar o grau de adesão a terapêutica medicamentosa de indivíduos com hipertensão assistidos em Estratégia de Saúde da Família (ESF) e Unidade Básica de Saúde (UBS). O estudo teve a participação de 63 indivíduos da ESF e 51 da UBS. Aplicou-se questionários para identificar o perfil da população e avaliar a adesão (teste de Morisky-Green – TMG). Utilizou-se estatística descritiva e, para a análise de associação, os testes Goodman e odds ratio. As variáveis idade, sexo feminino e sedentarismo apresentaram-se homogêneas em ambos os grupos. Entre as variáveis estudadas, apenas a idade mostrou diferença significante, pois pessoas com menos de 60 anos demonstraram menor adesão ao tratamento. Houve diferença significativa na adesão ao tratamento medicamentoso (ESF > UBS). Conclui-se que a melhor adesão foi na ESF, mas ambas foram consideradas abaixo do desejado.
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