O presente artigo tem como objetivo principal analisar o formato álbum visual, tendo como corpus empírico de observação a obra How Big, How Blue, How Beautiful, da banda britânica Florence + The Machine. Partindo-se do pressuposto de que as características estéticas do álbum visual são derivadas do cruzamento entre o álbum fonográfico, o videoclipe e as narrativas cinematográficas, o artigo empreenderá uma análise micro contextual do formato na cultura digital, procurando investigar as estratégias de mercado utilizadas na promoção da obra, bem como a sua dimensão estética e o seu impacto cultural no contemporâneo. A hipótese central deste trabalho é a de que o álbum visual materializa a convergência midiática entre os três produtos supramencionados, instaurando um modelo de fruição estética pautado pela específica linguagem audiovisual do formato.
Resumo O artigo propõe discutir a complexidade dos debates raciais em produtos infantis, sua materialização na animação Clube da Anittinha (2018) e sua relação com o colorismo. Esta discussão se constrói com base na ideia de identidade nacional brasileira instituída pela noção de democracia racial na obra de Gilberto Freyre (2006), mas segue uma trajetória crítica em relação ao conceito, tendo em vista preconceitos pacificados socialmente por meio de fatores estéticos e sociais no contexto brasileiro (SOUZA, 1983). Existe a tendência nas animações infantis de incluir debates raciais somente por meio dos tons de pele utilizados na composição das personagens. Somado ao discurso da diferença, esses fatores são estratégias narrativas que neutralizam e perpetuam os estigmas em relação à raça. Com base nessas provocações, o texto apresenta uma análise voltada para a composição da cor, do cabelo e das relações que surgem na animação e aponta para uma série de apagamentos e para a prática de uma representatividade superficial.
A proposta do artigo é entender o papel da antropomorfia nos desenhos animados, considerando a maneira como ela atua na manutenção de estereótipos de gênero em histórias para crianças com até seis anos. Argumentamos que, longe de neutralizar as problemáticas em torno dos olhares sobre os gêneros, o uso da antropomorfia reproduz, com alto teor pedagógico, modelos em torno dos significados do gênero feminino. Para tal, faremos um debate sobre o lugar da antropomorfia nos desenhos, para então analisarmos a construção de personagens da série Patrulha Canina que, especificamente no Brasil, passou por uma mudança de dublagem na primeira temporada, modificando o gênero de dois dos seis protagonistas. A análise é fundamentada pelas diferenças apresentadas em dois episódios da série: O Festival Dos Filhotes e Os Filhotes e as Tartarugas Marinhas; ambos veiculados, originalmente, em 2015, mas que sofreram alterações no corpo de dubladores, após 2019. Além desta pequena amostragem, acionaremos os comentários disponibilizados no site Reclame Aqui em torno da temporada. Enfatizamos que elementos técnicos (cores, forma, dublagem), juntamente com o comportamento das personagens, expressam problemáticas fundamentais para compreensão do papel dos gêneros hoje.
A definição de “programa infantil” é tida como dada na cultura contemporânea. Todavia, essa categoria se complexifica se considerarmos o fato de que muitas crianças não consomem “programas infantis” ou os consomem de forma bastante modesta, ao passo que frequentemente têm acesso a diversificados produtos “de adulto”. Por isso, nossa proposta é compreender os limites e o caráter excludente do que se entende como programa infantil para, em momento posterior, entendermos como esses limites atuam na construção da infância contemporânea. Defendemos que é necessário uma mudança de olhar que considere a criança um indivíduo reativo e crítico e que leve em conta 1) o caráter eurocêntrico dos programas infantis e 2) a relação simbiótica necessariamente construída entre os programas infantis contemporâneos e a cultura mercantil.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
customersupport@researchsolutions.com
10624 S. Eastern Ave., Ste. A-614
Henderson, NV 89052, USA
This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.
Copyright © 2025 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.