Apesar de o senso comum estabelecer que todo brasileiro "já nasce sabendo jogar bola", é longo o caminho entre o reconhecimento de se "ter talento" para o futebol até a "lapidação" desta espécie de "aptidão aparentemente inata". Assim, cada vez mais cedo, as crianças praticam Futsal em escolinhas esportivas com a esperança de que sejam encaminhadas/convidadas a jogarem o Futebol em clubes profissionais. Como a quantidade desses jovens que se lançam no mercado esportivo é crescente, faz-se necessário observar e entender como se dá o comportamento social estabelecido nas escolinhas de futsal/futebol. O objetivo do presente estudo foi investigar o planejamento/ações que pais e clubes realizam para que os garotos adquiram a capacidade de jogar futsal/futebol. Para tanto, por meio de trabalho etnográfico, durante um ano foram observadas e registradas em entrevistas e diário de campo as práticas e as falas dos jovens atletas, pais, professores e dirigentes de um clube tradicional de Curitiba. Partindo da premissa de que a mítica do talento inato dá lugar à aprendizagem sistematizada como forma de se obter o triunfo, pretendemos expor aqui como são traçados os caminhos e os descaminhos no mundo do futsal e futebol de base. O trabalho revela que a formação de um jogador consiste num processo de ensino-aprendizagem-prática determinado pelos pais e que encontram eco em clubes especializados. Evidencia-se que para alguns pais e professores o "jogar bola" é apenas mais uma possibilidade de profissão, tão desejada, entre outras.
No presente artigo procuramos apresentar, de um ponto de vista teórico, algumas conjecturas relacionadas ao exercício da violência simbólica e, sobretudo, da dominação masculina no campo esportivo recuperando, na medida do possível, alguns exemplos práticos diretamente relacionados ao futebol e ao uso do corpo nos esportes. Tendo como ponto de partida para construção dos argumentos, a análise sociológica de Pierre Bourdieu, nos propomos, num primeiro momento, em apresentar brevemente a teoria dos campos e seus desdobramentos em se tratando da leitura do esporte. Num segundo momento, pretendemos avançar no tratamento da violência simbólica e dos usos legítimos do corpo como uma das formas sutis da dominação masculina reproduzida no campo esportivo.
O presente estudo buscou analisar aspectos técnicos, políticos e epistemológicos relacionados ao surgimento e desenvolvimento da Rede Cedes no Brasil, tendo como base documentos, publicações e entrevistas de gestores envolvidos na Rede. A análise nos levou, no limite, a avançar na compreensão das lógicas de funcionamento de dois espaços sociais a princípio distintos ‒ os campos político/burocrático e científico/acadêmico ‒ que passam a se relacionar em função de uma ação do governo federal brasileiro.
O presente ensaio pretende contribuir com uma leitura mais refinada das políticas públicas de esporte e lazer por parte dos especialistas, através de algumas reflexões, conceitos e procedimentos metodológicos, que constituem parte fundamental das ferramentas de pesquisa do pesquisador social, particularmente aqueles que buscam uma leitura sociocultural do esporte, do lazer e das temáticas correlatas. Para tanto revisitamos alguns autores do campo científico/acadêmico da Educação Física, bem como recorremos a alguns agentes de outras áreas do conhecimento, que com suas contribuições podem auxiliar na superação da proliferação horizontal da produção científica da área, promovendo seu crescimento vertical em qualidade.
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