O ensaio fotográfico aborda o tema do dia dos mortos em seu contexto pandêmico ritualístico na cidade de João Pessoa, Paraíba, mais precisamente no cemitério Senhor da Boa Sentença, situado no bairro do Varadouro. A finalidade é mostrar em experiência etnográfica o significado do processo de visitar os mortos como forma de lembrança, atentando aos processos sociais e econômicos em torno desse dia em tempos de distanciamento social, no primeiro dia dos mortos no Brasil em 2020 na presença da covid-19. Trata-se de problematizar os processos da contemporaneidade sobre o visitar no dia dos mortos, com as medidas de biossegurança e as máscaras, o novo acessório no mercado das flores e velas.
Nesse relato etnográfico serão apresentadas as experiências dos profissionais de saúde do Hospital Napoleão Laureano com a morte e o processo de morrer com os pacientes com câncer. Trata-se de uma etnografia hospitalar, buscando contemplar as diferentes categorias de experiência diante do processo de morte. Foram entrevistados profissionais de diversas categorias da equipe multiprofissional que cuida dos pacientes com câncer, sendo observado questões em comum em seus discursos, quando se direciona às experiências de morte infantil, o medo do primeiro paciente morto e as técnicas com o corpo morto. Diante dos resultados, ficou evidente a necessidade de uma formação profissional voltada para a discussão do tema da morte no período da formação acadêmica, de forma que o processo de morrer seja um assunto discutido não só na dimensão biomédica, mas também sociocultural, reconhecendo o duplo sofrimento do paciente e de sua família quanto o sofrimento do profissional diante da morte.
O contexto histórico que estamos vivemos reverbera em questionamentos de como a sociedade está lidando com o fenômeno social pela COVID-19. A atual conjuntura de pandemia mundial está causando imensuráveis mortes decorrentes do coronavírus. Tendo isso em mente, visamos desenvolver reflexões de como está sendo o sistema de post-mortem dessas vítimas, do ponto de vista técnico e em suas implicações simbólicas no processo ritualístico, e suas ressignificações com o corpo morto. Essas mudanças têm se mostrado como elementos que dificultam o enfrentamento da dor da perda transformando essas novas práticas em um sistema de biossegurança.
Este artigo apresenta as articulações de estudantes e egressos negros(as) dos cursos de Antropologia e Ciências Sociais, assim como da pós-graduação em Antropologia da Universidade Federal da Paraíba e discute as relações étnico-raciais, racismos, identidade e seus efeitos sobre a dinâmica do campo científico da antropologia. O debate parte da atuação do coletivo Nean Oju Obá para garantir o ingresso de candidates negres na Pós-Graduação em Antropologia por meio do Curso Negritudes na Pós. Em suma, o Coletivo forma um espaço de resistência e aquilombamento, na defesa de direitos e combate aos racismos, sobretudo, o racismo institucional.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.