A população urbana e a difusão das cidades de porte médio no Brasil Urban population and dissemination of medium size cities in Brazil La population urbaine et la diffuson des villes moyennes au Brésil Población urbana y difusión de las ciudades de tamaño medio en Brasil
A pesquisa buscou examinar e compreender a incidência desigual dos homicídios no perímetro urbano da cidade de Cascavel, no Paraná, entre os anos 2000 e 2006. Procurou-se entender porque esse tipo de crime variou de uma unidade administrativa para outra e a relação existente entre esse fenômeno e desigualdades socioeconômicas, de infra-estrutura e serviços urbanos. Partiu-se da discussão sobre o processo de urbanização desordenada no Brasil, que favoreceu a emergência e/ou a intensificação de diversas problemáticas, dentre as quais a da criminalidade violenta e a dos homicídios. A cidade de Cascavel apresenta altas taxas de homicídio, sendo que poucas unidades administrativas as concentram. Nesse contexto e com base nas explicações postuladas na literatura de referência, realizou-se uma pesquisa empírica sobre a incidência desigual dos homicídios no referido município e sua associação com indicadores de desigualdade. Utilizou-se a técnica estatística de Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE), além de uma análise de sobreposição espacial de informações. Constatou-se que o fenômeno em estudo apresentou forte associação com as desigualdades ao longo do espaço urbano. Pode-se afirmar, portanto, que os cenários de "sobreposição de carências", conseqüentemente de baixa qualidade de vida da população residente, potencializaram a ocorrência de conflitos violentos que resultaram em morte.
Resumo: O artigo apresenta a produção brasileira de teses e dissertações a partir da década de 1980 até o ano de 2011 na especialidade História da Loucura e da Psiquiatria, da área de História. O objetivo foi reconhecer como se configura essa especialidade no Brasil, a partir da discussão sobre a distribuição espacial e temporal da produção, sua acessibilidade, as balizas cronológicas e geográficas priorizadas, as principais preocupações e questões levantadas por seus produtores e expressas em títulos e palavras-chave, bem como a inserção dessa produção em um quadro mais amplo, o das tendências reconhecidas como preponderantes na delimitação da especialidade. O balanço realizado demonstrou que o desenvolvimento da especialidade está marcado, ainda, por uma concentração espacial, temporal e temática. Em relação à espacialidade, verificou-se que foram nos programas e cursos dos estados do Sudeste e Sul que a maioria dos trabalhos foi defendida bem como que as cidades sede das universidades foram também, na maioria das vezes, o lócus investigado. Averiguou-se que a produção concentrou-se entre os anos 2000-2009, o que indica o crescimento do interesse pelos temas relativos à especialidade no novo milênio. Por outro lado, percebeu-se que a maioria dos trabalhos defendidos privilegiou como recorte o período de 1890-1966, identificado como de constituição e consolidação da psiquiatria no Brasil. A prática psiquiátrica e as instituições de assistência foram os temas privilegiados nos trabalhos, a partir de um olhar que os situa majoritariamente na corrente historiográfica chamada de crítica ou revisionista. Atualmente, assiste-se ao espraiamento dos interesses dos(as) historiadores(as), impulsionado pelo uso de novas fontes e novos referenciais teórico-metodológicos, especialmente aqueles provindos da história cultural.Palavras-chave: loucura, psiquiatria, historiografia.Abstract: This paper shows the Brazilian
Nos trechos que compõe a epígrafe com que inicio este artigo, 3 um homem e uma mulher que foram internados em períodos distintos e viveram curtos ou longos períodos dentre os muros, reais e imaginários, 4 de uma instituição psiquiátrica -os conhecidos manicômios ou hospícios -"contam" sobre tais lugares, ou seja, narram, relatam, referem-se a diferentes aspectos desses lugares e de suas vidas dentro e fora deles. Nesse sentido, considerando algumas das diversas acepções do verbo contar, suas narrativas tanto podem referir fatos ou acontecimentos vividos, quanto supostos ou imaginados.Compartilhadas, ou não, com outros internos, 5 tais narrativas construídas durante períodos de internação em instituições psiquiátricas, expressam de formas diversas o modo como esses sujeitos, que viveram a experiência manicomial 6 -sendo considerados e considerando-se, ou não, "alienados", "loucos", "doentes mentais"... -, problematizaram esse viver. Tais problematizações construídas por sujeitos que raramente puderam falar de si mesmos -desde que adentraram os muros das instituições, ou mesmo antes disto -e que, mais raramente ainda foram ouvidos, oferecem informações, pistas, vestí-gios, que ampliam significativamente a compreensão historiográfica sobre tais espaços, sobre o papel e o significado das instituições, de sua constituição em tempos passados até a contemporaneidade. Abrem também para instigantes questionamentos acerca dos limites do saber e do poder psiquiátrico e, especialmente, acerca dos diferentes sujeitos que ocuparam seus espaços. Somadas aos vestígios encontrados em outras fontes -mesmo antigas fontes interpretadas, hoje, de forma diferente -, vem possibilitando a ampliação da visão historiográfica, construindo uma nova e contemporânea tendência no campo da história da loucura e da psiquiatria. 7Reconhecendo a constituição desse novo cenário analítico delineado especialmente nas últimas duas décadas, cuja possibilidade maior é dada pela "descoberta" e "exploração" de novas fontes -especialmente as narrativas gestadas dentro dos hospícios por mulheres e homens internos -e visando dar a conhecer aos leitores, tanto esse novo cenário quanto essas novas fontes, este artigo segue por dois caminhos: o primeiro é o da análise historiográfica, caracterizando brevemente o campo da história da loucura e da psiquiatria; o segundo apresenta algumas das narrativas do hospício, transformadas em fontes pelos historiadores, tentando compreender o que contam e como este contar possibilita para os estudos históricos a transposição de alguns de seus "muros".Pelas trilhas da História da Loucura e da Psiquiatria, o lugar das instituições O campo de análise historiográfica, atualmente conhecido como história da loucura e da psiquiatria, constituiu-se a partir de linhas ou tendências diversas. Se tais linhas não se delineiam exatamente na mesma temporalidade, em diferentes cenários nacionais (como o Brasil, a Argentina, a Espanha ou
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