ResumoO artigo apresenta resultados de uma pesquisa sobre a experiência escolar de jovens/alunos em uma escola pública de ensino médio de São Paulo. Visou-se investigar principalmente as relações desses jovens com os saberes propiciados pela instituição escolar e suas interpretações sobre o trabalho realizado para a apropriação desses saberes. Os estudantes são analisados como jovens, partindo-se do pressuposto de que levam para a escola seus saberes, suas experiências; e como alunos, devido ao fato de estarem na escola para ampliarem seus repertórios culturais a partir de um trabalho especí-fico. A metodologia utilizada é a abordagem local, a qual, de acordo com Agnès Van Zanten, pressupõe o intercruzamento de dados procedentes de métodos próprios à abordagem etnográfica. Os instrumentos de pesquisa são os inventários de saber e as entrevistas, além de outros utilizados na pesquisa-ação em que o estudo está inserido: questionário sobre o clima escolar, discussões com grupos de jovens, observações em sala de aula. Conclui-se que os jovens/ alunos iniciam o ensino médio com uma imagem positiva da escola, mas que, apesar disso, a experiência escolar não possibilita a compreensão de aspectos específicos da apropriação dos saberes. Identificam-se, ainda, problemas em relação às regras de sociabilidade construídas na escola, sendo que os modos como vivenciam tais desafios não são homogêneos: para alguns, o dispêndio de energia ocorre porque querem ser reconhecidos pelos colegas; para outros, o maior desafio é transpor as dificuldades nos estudos. De qualquer modo, tais jovens buscam atribuir sentido para essa etapa de escolarização. As questões levantadas apontam a importância do trabalho educativo a ser viabilizado no ensino médio.