“…A invisibilização ocorre também na mídia, pois oferece uma cobertura ínfima sobre campeonatos e/ou torneios jogados por mulheres, comparando-se ao futebol masculino, mesmo em canais exclusivos de esporte. Nesse sentido, segundo Lourenço et al (2022), a trajetória histórica do futebol de mulheres no Brasil é permeada por interdições, invisibilizações, distorções e sub-representações, tudo isso com fortes contribuições da mídia (Goellner, 2005a, b;Goellner e Kessler, 2018;Mourão e Morel, 2005; Souza e Knijnik, 2007). Marcas desse processo são, por exemplo: o decreto proibitivo de que praticassem determinadas modalidades esportivas, entre elas o futebol, em 1941, o qual perdurou por quatro décadas, até 1979 (Goellner, 2005a, b); o insistente ocultamento e sombreamento midiático das inúmeras conquistas futebolísticas delas desde as primeiras edições de Copas do Mundo e das participações em Jogos Olímpicos (Goellner e Kessler, 2018); a sexualização e erotização dos corpos femininos espetacularizados pelo discurso midiático-esportivo (Goellner, 2005a, b; Mühlen e Goellner, 2012); e o permanente posicionamento das mulheres em lugares secundários e terciários do campo esportivo, seja na gestão, no comando técnico ou nos papéis exercidos nos programas e transmissões da mídia (Goellner e Kessler, 2018;Passero et al, 2020).…”