A educação ambiental decolonial será problematizada neste texto, a partir de algumas pesquisas desenvolvidas pelo Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa e Estudo em Educação ambiental (NIPEEA),[1] como uma máquina desejante, que pode engendrar linhas de fuga em meio ao poder axiomático do dispositivo da colonialidade. A educação ambiental decolonial promove fluxos decolonizadores que se articulam para além dos espaçostempos[2] comunitários-escolares, pois se pode articular como máquina, uma máquina desejanteambiental[3] que engendra fluxos de naturezasculturas.[4] E são esses fluxos cartografados nas pesquisas, como movimentos de reexistências, que criam possibilidades e facilitam uma Educação ambiental decolonial.
[1] O NIPEEA foi criado em 2005 e emergiu da necessidade de integração entre projetos que envolvem ensino, pesquisa e extensão, com vistas à consolidação de um grupo formado por professores e alunos dos cursos de graduação, mestrado e doutorado em Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/Ufes) e de egressos interessados.
[2] Como uma imbricação entre os conceitos, Alves (2001) desenvolve uma concepção com a qual também dialogamos neste texto, que compreende o espaçotempo escolar como dimensão material do currículo, composto de relações múltiplas entre múltiplos sujeitos, com saberes múltiplos, que aprendem/ensinam, o tempo todo, múltiplos conteúdos e de múltiplas maneiras.
[3] Compreendemos a Educação ambiental como uma máquina desejante, em suas articulações com as comunidades-escolas. Assim, como uma imbricação entre os conceitos, chamamos de máquina desejanteambiental, essa Educação ambiental que reexiste para além das escolas.
[4] Buscamos, através dessa imbricação conceitual, mostrar a indissociabilidade entre as naturezas e as culturas, que são múltiplas e plurais em suas formas de existir.