A elegia erotica romana e a tradição didascalica como matrizes compositivas da Ars amatoria de Ovidio

Abstract

Este trabalho pretende determinar em que medida Ovídio se apropriou de elementos poéticos/ discursivos originalmente integrantes dos universos da elegia erótica romana e da poesia didática greco-latina para a composição de sua Ars amatoria. Como se sabe, para a feitura dessa obra, o autor procedeu a uma espécie de mescla de certos recursos originalmente integrantes das duas tradições poéticas mencionadas, "negociando" com ambas a fim de produzir um texto marcado por suas próprias opções artísticas. Ao proceder assim, devemos ressaltar que se manteve fiel a um dos princípios mais característicos de seu modo de diálogo com a tradição clássica, relacionado justamente à experimentação no desenvolvimento de formas expressivas tributárias dos autores do passado, reelaboradas, porém, por sua inventividade.Concomitantemente a tal estudo, fez-se a tradução integral (em prosa e acrescida de notas explicativas) da Ars amatoria.

Ecologia intertextual, imagens rurais e metapoesia nas "Heroides", de Ovídio

“…Ele será depois amplamente explorado por Ovídio, por meio da Ars amatoria e dos Remedia amoris. Para mais detalhes sobre a tradição elegíaca e a coloração didática assumida por alguns de seus tópoi, com ênfase especial na Ars amatoria, ver Trevizam (2003).…”

A incorporação de preceitos didáticos da arte de amar nas Heroides e nas Metamorfoses, de Ovídio

“…3 Sobre a Ars amatoria como uma obra híbrida em termos de gênero, vejam-se Sharrock (1994) e Trevizam (2003). Para definições e discussões sobre a poesia didática na Antiguidade, ver Toohey (1996) e Volk (2002).…”

Metamorfoses de Venus na poesia de Ovídio

“…39 Sobre a composição do poema das Geórgicas, em contraste com outras obras que preceituam sobre a técnica agropecuária, cf. por exemplo, Trevizam (2006).…”