“…al (2019, p. 41), este atraso ou recusa vacinal pode estar vinculado à atuação de grupos antivacinação, cujo movimento -foi inserido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em seu relatório, como um dos dez maiores riscos à saúde mundial‖. A referida Organização considera a periculosidade deste movimento, na medida em que -ameaça retroceder o progresso obtido no combate a doenças imunopreveníveis, como por exemplo a poliomielite e o sarampo‖.Este movimento tem crescido nos últimos anos, mobilizando -pais e pessoas em geral, que não imunizam seus filhos e nem a si próprios, causando diminuição das coberturas vacinais, facilitando a porta de entrada para doenças ainda pouco conhecidas e pondo em risco a vida de outras pessoas.‖ Atrelado ao crescimento do movimento antivacina, vislumbra-se a circulação massiva de fake news por meio das redes digitais, que tem feito multiplicarem-se os discursos contra os métodos de imunização para doenças altamente contagiosas, cem anos após o evento devastador da Gripe Espanhola, que infectou mais de seiscentos milhões e vitimou entre vinte e quarenta milhões de pessoas em todo o mundo (SOUZA, 2008). Tais discursos compõem o conteúdo deposts, áudios e vídeos que se espalham por redes digitais e aplicativos de trocas de mensagens, reverberando argumentos que, supostamente, reivindicam a defesa da proteção do corpo contra todos os tipos de vírus, anunciam os riscos associados à vacinação -efeitos adversos, muitos propagados como fatais, benefícios maiores à indústria farmacêutica do que aos cidadãos, formas mais eficazes e naturais de proteção da saúde -e representam, em grande medida, o resultado da ação de pessoas integrantes de grupos e comunidades que compõe movimentos antivacina (SACRAMENTO; PAIVA, 2020).…”