“…Note-se, no entanto, que estamos face a textos escritos com algum grau de formalidade, o que pode justificar a comparência, ainda muito significativa, das formas de futuro simples, em linha, aliás, com o que foi sugerido porOliveira (2006) em relação a textos brasileiros da década de 1990. A frequência relativamente alta desta forma verbal em dados da escrita parece manter-se em textos portugueses e brasileiros do século XXI, tal como observado emOliveira (2011), num artigo em que a autora compara produções escritas do PE e do PB e em que conclui, baseada na análise de dados de textos jornalísticos, que ambas as variedades seguem percursos coincidentes no que respeita à substituição gradual de formas do futuro simples pela construção perifrástica ir + infinitivo.16 Não sendo nossa intenção, de momento, explorar esta questão, colocaremos, tentativamente, a hipótese de que os títulos, utilizados para chamar a atenção do leitor, se encontram mais próximos de um registo menos formal do que o restante corpo da notícia, o que justificaria a clara prevalência da forma perifrástica e o contraste observado.…”