Em decorrência da suspensão das atividades educacionais presenciais como medida de controle da pandemia de COVID-19, a execução do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) se tornou um desafio. Sabendo-se que a maioria dos alunos da região Nordeste tem a alimentação escolar como a principal refeição do dia, a manutenção do programa, com a oferta de alimentos saudáveis, é fundamental para a garantia da segurança alimentar e nutricional dos estudantes, principalmente nesse cenário. Todavia, especula-se que isso não esteja ocorrendo. Pensando nisso, este trabalho objetivou avaliar a oferta de alimentos saudáveis nos kits de merenda, distribuídos pelos municípios de Alagoas durante a pandemia de COVID-19. Trata-se de uma pesquisa realizada, entre 06 e 09 de maio de 2020, a partir do acesso online às contas nos veículos de comunicação digital (websites, Facebook, Instagram e Twitter) da prefeitura ou da secretaria municipal de educação dos 102 municípios alagoanos. Buscaram-se informações que permitissem identificar se o município estava executando o PNAE no período de suspensão das aulas por meio da distribuição de kits de merenda, bem como informações que descrevessem a composição desses kits. Os resultados foram analisados com auxílio do programa Epi-Info 7.2.4. Dos 102 municípios alagoanos, 42 (41,1%) distribuíram kits de merenda no período analisado. Desses, apenas 6 (14,3%) especificaram os alimentos incluídos nos kits. Entretanto, em todos esses houve a oferta de alimentos saudáveis, dentre os quais, arroz, feijão, leite, frutas, legumes e tubérculos. A quantidade de alimentos in natura ou minimamente processados variou de 1 a 5 itens, apresentando mediana de 3 alimentos saudáveis por kit. Apenas em 2 desses municípios houve a distribuição de alimentos cárneos no kit de alimentos. Identificou-se a oferta de alimentos saudáveis nos kits de merenda dos municípios que divulgaram as informações sobre a sua composição, ação que corrobora com as diretrizes do PNAE e consiste de per si em uma estratégia de EAN. Entretanto, essa oferta pode ter sido sub ou superestimada, devido à falta de informações quanto aos tipos de alimentos que compuseram os kits na maioria dos municípios.