A paisagem cultural como novo paradigma para a proteção: a experiência do Vale do Ribeira- SP

Abstract

ResumoFruto das experiências desenvolvidas pela Unesco desde 1992 e das proposições estabelecidas na Convenção Europeia da Paisagem, o tema das paisagens culturais coloca-se na atualidade como uma forma inovadora de conceber a proteção e a gestão do patrimônio cultural. Em primeiro lugar porque permite superar a dicotomia até hoje presente na atuação dos órgãos públicos de preservação, no que diz respeito ao tratamento entre o patrimônio material e imaterial, entre o natural e o cultural, entendendo-os como um conjunto no qual os seus diferentes significados se articulam num todo vivo e dinâmico. Por outro lado, a forma como têm sido desenvolvidas as primeiras experiências na esfera pública patrimonial em território nacional mostra outra faceta igualmente interessante na atuação em paisagem cultural: a compreensão de que a proteção e a gestão deste patrimônio devem ser feitas com a participação das populações moradoras, por meio do envolvimento e da valorização dos saberes locais. Este artigo procura refletir sobre a aplicação deste

Memoria ambiental: del sujeto mnemónico moderno al Antropoceno

“…Estas disposiciones alejan al paisaje cultural de las amarras de la naturaleza nacional, sobreponiéndose a lo nacional a través de un nuevo estatuto: la memoria social de los grupos infranacionales, los que, de cierta manera, configuraron espacios peculiares en el interior de los ordenamientos estatales (Nascimento;Scifoni, 2010: 45-46). Brasil constituye, de nuevo, un ejemplo preciso, pues el primer paisaje cultural brasileño (Roteiros Nacionais de Imigração, en el estado de Santa Catarina) fue creado, justamente, desde las experiencias de los grupos inmigrantes (alemanes, polacos e italianos) que, históricamente, fueron víctimas de las políticas de nacionalización forzada de la primera mitad del siglo XX.…”

Lighting and cultural heritage buildings: the case of Convento da Penha, Vila Velha, Espírito Santo, Brazil

“…Ao se reconhecer o valor simbólico do monumento histórico e artístico como uma forma de representação da imagem de um povo, evidencia-se a necessidade da preservação desse bem cultural. O bem cultural edificado comunica ao observador a identidade daqueles que o criaram, assim como representa os recursos tecnológicos disponíveis à época de sua criação e suas transformações (MUÑOZ VIÑAS, 2003). A preservação do monumento é importante para a manutenção do registro da memória cultural de uma comunidade, destacando-se a necessidade do desenvolvimento de práticas de conservação e restauração do patrimônio cultural em diferentes áreas de abrangência.…”

“…Ao longo do tempo, os bens do patrimônio edificado foram preservados essencialmente por conta de seus valores estéticos e históricos, na dupla polaridade definida por Cesare Brandi (BRANDI, 2004). A evolução do campo do patrimônio levou à preservação dos bens por sua significação cultural, expressa na Carta de Veneza, 1964(INTERNATIONAL COUNCIL ON MONUMENTS AND SITES, 1965, abrindo caminho para a ênfase nos valores simbólicos e historiográficos atribuídos a esses objetos pelas pessoas e grupos por eles afetados (MUÑOZ VIÑAS, 2003). Ao longo do século XX, a preservação também passou a considerar a inserção do bem no ambiente, em determinados contexto e paisagem (NASCIMENTO; SCIFONI, 2010).…”

Potencialidades para criação do Território de Interesse da Cultura e da Paisagem (TICP) Jacú Pêssego, zona leste da cidade de São Paulo

“…Muitos autores discutem o conceito de paisagem (CLARK, 1966;AB´SABER, 1977;MAGNOLI, 1994;MENEZES, 2002, SANDEVILLE JR. 2004, SANDEVILLE JR, 2005, RIBEIRO, 2007SANTOS, 2008;NASCIMENTO & SCIFONE, 2010;SANDEVILLE JR 2012). Estes consideram a paisagem como um recorte de uma região, porém possuem visões diferentes deste conceito.…”