Esta pesquisa objetivou analisar como se apresentam as estruturas sociais do campo científico contábil brasileiro. Para tanto, utilizou a Teoria de Campos de Pierre Bourdieu para embasar os resultados obtidos. Trata-se de um levantamento operacionalizado por meio de entrevistas semiestruturadas realizadas entre os anos de 2014 e 2015, com uma amostra de 9 respondentes de diferentes regiões do país e vinculados a diferentes Instituições de Ensino Superior (IES) que passaram por uma socialização acadêmica em nível de doutorado ou pós-doutorado na área contábil. Os dados foram analisados com emprego da técnica de análise de conteúdo. Com relação ao habitus dos agentes pertencentes ao campo científico contábil, constatou-se uma tendência ao produtivismo. Apoiando-se em Bourdieu (2004, 2008, 2009, 2011, 2013) foram encontradas evidências que podem sinalizar que as teorias, conceitos, metodologias, técnicas e demais escolhas realizadas pelos pesquisadores da área contábil, na maioria das vezes, não passam de manobras estratégicas que visam conquistar, reforçar, assegurar ou derrubar o monopólio da autoridade científica, visando a obtenção de maior poder simbólico no campo, ou seja, a produção de conhecimento em contabilidade, similar a outras áreas do conhecimento humano, não é desinteressada, neutra e preocupada com o progresso da área, mas é um caso de produção e distribuição capitalista de mercadorias, que foca, principalmente, a obtenção de prestígio e reconhecimento social por parte dos agentes. Contudo, tais evidências devem ser analisadas com cautela por se tratar de um estudo que não contemplou a totalidade de pesquisadores da área, tendo sido seus dados coletados por acessibilidade.