A pós-graduação em relações internacionais no Brasil

Abstract

Este trabalho trata dos programas de pós-graduação em Relações Internacionais no Brasil, cujo número tem crescido de forma expressiva, passando de dois, na década de 1980, para oito, em 2008. Em sua primeira parte, são abordados a evolução, o crescimento e as políticas de indução para a criação e a consolidação dos programas na área. A segunda parte trata da avaliação desses programas pela Capes e busca mapear, de forma aproximativa, a situação da área com relação ao fomento à pesquisa na Capes e no CNPq.

A participação das mulheres na produção acadêmica da área de Relações Internacionais no Brasil | The participation of women in academic production in the field of International Relations in Brazil

“…Quando olhamos os dados inscritos no Gráfico 1, percebemos o expressivo e constante aumento no número de artigos publicados ao longo dos anos. Esse acréscimo pode ser explicado pela grande expansão da área de Relações Internacionais no Brasil, cujo desenvolvimento e institucionalização no país tem sido objeto de consideração de um conjunto de autores (Miyamoto, 1999;Herz, 2002;Lessa, 2005;Vizentini, 2005;Santos, 2009). No entanto, embora esses trabalhos reconheçam que a expansão da área no Brasil também foi acompanhada de um aumento da pluralidade de temas e agendas discutidos pela disciplina, nenhum deles inclui um recorte específico de gênero em suas análises.…”

“…Os trabalhos que analisam a expansão do campo de Relações Internacionais no Brasil situam as áreas de História das Relações Internacionais, História das Relações Internacionais do Brasil e Política Externa Brasileira como temas tradicionais e já consolidados na produção acadêmica brasileira (Santos, 2009;Miyamoto, 1999;Herz, 2002;Lessa, 2005). A maior consolidação desses campos serviria como um entrave ao aumento da participação de mulheres, embora apresentem autoras consideradas canônicas, como os exemplos de Leticia Pinheiro, Maria Regina Soares de Lima e Miriam Saraiva.…”

‘Mind the Gap’: Assessing Differences between Brazilian and Mainstream IR Journals in Methodological Approaches

“…Brazilians gave precedence to national foreign policy and South American affairs. The second hypothesis concerns the relative lack of trusted data for research work in the country, a feature one could possibly associate with the authoritarian regime in Brazil (Santos and Fonseca 2009;Herz 2002;Tickner 2009;Kristensen 2020).…”

“…Despite the scarcity of sources, the existing literature suggests that the body of Brazilian studies differs from that of the global mainstream. For instance, it rests mainly on historical-descriptive analyses, with little incorporation of positivist debates (Santos and Fonseca 2009;Casarões 2019;Vigevani, Thomaz and Leite 2016;Herz 2002;Schwether et al 2019). A possible explanation therefor is the fact that IR scholarship in Brazil is mostly driven by the objective to understand the role of the country at the international system -in a higher level than the one observed in the mainstream 1 (Jorgensen et al 2017).…”

La disciplina de las relaciones internacionales en Brasil: un análisis desde la sociología de la ciencia

“…Una de estas iniciativas es el Programa Renato Archer de Apoio à Pesquisa em Relações Internacionais, en el cual el CNPq -en asocio con la red Expansão, Renovação e Fragmentação das Agendas e Atores da Política Externa-buscaba fortalecer la investigación en asuntos internacionales, los cuales eran poco explorados (Pinheiro & Milani, 2012). El Programa Renato Archer tenía como objetivo la formación de redes de investigación en temas considerados prioridad para la política exterior brasileña: la paz y la seguridad internacional; los polos de poder; América del Sur; desarrollo, ciencia e innovación; y gobernanza global (Dos Santos & Fonseca, 2009).…”