“…Estes passam a limitar-se aos domínios em questão nesses espaços, interiorizando muitas vezes os seus limites e aceitando as regras do jogo (BÉROUD, 2014, p. 96-97) No caso brasileiro, as organizações sindicais de comerciários, que representam os trabalhadores do Walmart, são conhecidas por suas práticas tradicionalmente conservadoras, antigrevistas, apartidárias e de filiação a centrais sindicais de direita (TRÓPIA, 2000). Trópia (2000) explica que as direções dos sindicatos de comerciários historicamente fomentaram uma prática sindical restrita ao assistencialismo e com forte tendência ao conservadorismo político. Na visão da autora, esse segmento teria conformado, num fenômeno tardio e recente (não apenas no Brasil, mas a exemplo do que ocorreu na Europa e Estados Unidos), um sindicalismo de classe média não identificado com o operariado e que, por isso, evitaria a aproximação com o trabalho manual e reproduziria elementos de uma ideologia meritocrática (TRÓPIA, 2000).…”