Este artigo tem como objetivo contribuir para a compreensão do perfil socioeconômico e político-ideológico das bases sociais da Conlutas, central sindical e popular criada em 2004 a partir de uma dissidência da CUT, e que conta com a participação de diferentes movimentos sociais. A análise tem como base um survey realizado durante o 1º Congresso Nacional da Conlutas, ocorrido em julho de 2008 na cidade de Betim (MG). Os dados mostram que a Conlutas representa, em sua maioria, trabalhadores não manuais, do setor público, especialmente da educação, que recebem até 3 salários mínimos e que têm uma situação de trabalho caracterizada pela estabilidade.
Quando ingressei no Programa de Doutorado em Ciências Sociais, em 1996, com um projeto sobre "As Bases Sociais do Sindicalismo de Direita no Brasil", não imaginei quantos desafios viriam pela frente. Eu vinha embalada pela dissertação de mestrado sobre um dos mais tradicionais redutos do sindicalismo de direita, o Sindicato dos Empregados no Comércio de São Paulo, e havia enfrentado tantas dificuldades para realizar o trabalho de campo que imaginei: desta vez será mais fácil. Ledo engano... As dificuldades com a pesquisa de doutorado, de um lado, somadas às necessidades de sobrevivência material, de outro, fizeram com que a redação do trabalho tivesse que ser interrompida algumas vezes -quando sabemos que para o desenvolvimento do trabalho intelectual são fundamentais tempo, constância e concentração.O tema inicial era amplo, a bibliografia relativamente escassa, quando comparada aos estudos sobre a CUT, e a pesquisa exigia, além de total dedicação, muitos recursos financeiros.Ao final do primeiro ano do curso, decidimos fazer um recorte e estudar a "Adesão da Força Sindical ao neoliberalismo" e testar a hipótese de que esta adesão não se restringia apenas à direção da central, mas se difundia sobre sua principal base, os metalúrgicos paulistanos.Terminados os créditos em 1997, iniciei o ano de 1998 envolvida com a pesquisa documental e com o planejamento da pesquisa empírica. Montei, então, uma equipe de pesquisadorescomposta por quatro estudantes do curso de Ciências Sociais da PUC-Campinas (Regina Célia Piunti, Cleci Streb, Rogério Zanca e Wagner Dias de França, aos quais sou, profundamente, grata) -e partimos para a aplicação de questionários e entrevistas. Até esta fase, pude contar com o apoio do CAPES e depois do CNPq que, além de uma bolsa de estudos, financiou a pesquisa de campo, pagando passagens para São Paulo, diárias para os pesquisadores, material de consumo, X como fitas K7, e fotocópias de documentos. No total, foram aplicados 81 questionários e realizadas 122 entrevistas aproximadamente (102 com a base e 20 com as lideranças).A partir de 2000, através do Cemarx da Unicamp, iniciamos um projeto integrado de pesquisa pelo CNPq, intitulado "Neoliberalismo e Trabalhadores no Brasil". Minha pesquisa ganhou novo ânimo com o trabalho desenvolvido junto aos membros do grupo de pesquisa, composto
ResumoO objetivo deste artigo é discutir como o debate em torno da inserção de classe dos trabalhadores não-manuais tem sido travado dentro do campo teórico marxista.Entendemos que há, além das breves indicações presentes na obra marxiana sobre trabalhadores produtivos/improdutivos, uma longa e profícua discussão realizada pela tradição marxista que tem sido, senão desconhecida ao menos, desconsiderada por parte dos pesquisadores. Enquanto até a década de 1960, a tese predominante no campo marxista foi a da proletarização dos trabalhadores não-manuais e sua consequente inserção no proletariado, a partir de então surgem proposições que tratam os assalariados não-manuais como uma classe específica. Os trabalhadores não-manuais são trabalhadores assalariados que realizam um trabalho investido de conteúdos simbólicos, rituais e de elementos culturais que os distinguem da classe operária. São símbolos não necessariamente reconhecidos por todos os segmentos sociais, mas reconhecidos pelos segmentos que os secretam. Vale dizer que o conceito fisiológico de trabalho não-manual deve ser superado, pois não se trata de um trabalho de quem não se esforça, que não sua, que trabalha com a cabeça. Por sua vez, o trabalhador não-manual não se restringe àquele que possui formação escolar ou ao cientista, por isso optamos pela expressão não-manuais ao invés de intelectuais. Entendemos também que esta discussão é condição necessária para que os estudos e pesquisas sobre a inserção de classe dos professores, no interior do campo crítico e marxista, se desenvolvam e expliquem, de forma eficaz, os conflitos e contradições presentes no interior da luta social dos trabalhadores em educação pela transformação da educação e da própria sociedade.
Este texto apresenta a transcrição da live “Direitos trabalhistas e trabalho remoto na educação infantil durante a pandemia: resultados de pesquisa”, organizada pelo Grupo de Trabalho 07 – Educação de Crianças de 0 a 6 anos da Anped no âmbito da programação da “Anped Presente na Quarentena”. Os dados apresentados são parte do relatório “Levantamento junto aos sindicatos, associações, movimentos e demais entidades que representam trabalhadoras e trabalhadores de instituições que ofertam educação infantil”, resultado da pesquisa desenvolvida pela ANPEd-GT07 em articulação com o Movimento Interfóruns de Educação Infantil do Brasil (MIEIB). O estudo objetivou conhecer, no contexto da pandemia da Covid-19, a percepção das lideranças sindicais da educação sobre o trabalho remoto e os direitos trabalhistas de sujeitos docentes da Educação Infantil, bem como, as orientações e as ações desenvolvidas pelas referidas entidades que representam os/as profissionais da Educação Infantil.
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