O Projeto de Restauração Católica no Rio Grande do Sul encontrou eco na cidade de Santa Maria, principalmente com a atuação dos padres palotinos e jesuítas. No final do século XIX e início do século XX, a cidade, que tinha no seu território a presença de membros de diferentes crenças, vai ser palco de disputa do campo religiosos. Dentre as estratégias de conquista, católicos e protestantes destacam-se no campo educacional e na construção de templos. Através da imprensa as tensões e os conflitos se declaram entre católicos e acatólicos e vice-versa. Anticlericais, maçons e metodistas criticam os dogmas da Igreja católica e a conduta do clero sul rio-grandense. Nos anos de 1930, o clero católico santa-mariense, volta-se para a educação também da classe operária por temer a propagação das ideias comunistas. A afirmação do catolicismo no Rio Grande do Sul acontece com a divulgação da devoção a Nossa Senhora Medianeira de Todas as Graças, a partir de Santa Maria. A difusão da ideia do “perigo comunista”, nos anos de 1930 contribuiu para que Nossa Senhora Medianeira se tornasse, no Brasil, a Padroeira dos Círculos Operários e no Estado, a padroeira do Rio Grande do Sul. Essa devoção, juntamente com a devoção paulista de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil e a imagem do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, tornaram-se elementos importantes para a Igreja legitimar a conotação católica da nação naquele período.