Acidentes por motocicleta e fatores associados à condição de habilitação dos condutores

Abstract

Introdução: os acidentes de transporte terrestre representam importante causa de morbimortalidade sendo as motocicletas, os veículos mais envolvidos nas ocorrências. Nesse sentido, ganha relevância o condutor e sua preparação em conduzir o veículo por meio da habilitação. Objetivo: verificar a prevalência de acidentes em condutores de motocicleta e os fatores associados à condição de habilitação. Métodos: estudo transversal, com abordagem quantitativa, tendo amostra composta por 281 pacientes selecionados de forma não probabilística em um Hospital Universitário do sertão pernambucano, no período de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016. A coleta de dados se deu por meio da aplicação de um questionário face a face. Foram utilizadas variáveis relacionadas às vítimas e ao acidente. Resultados: A maioria dos pacientes era homem (91,5%), com média de idade de 34,7 anos, casados ou em união estável (50,2%), e com filhos (68,7%). A maioria dos acidentes ocorreu no turno da noite (41,3%). As motocicletas tinham cilindrada igual ou superior a 125 (88,1%) e os condutores eram os proprietários do veículo (79,0%). Mais da metade dos condutores era inabilitada (58,7%). Com relação a esse grupo sobressaiu a baixa escolaridade (74,8%), a queda (48,7%) como causa principal do evento e a zona de ocorrência rural (68,9%). Para os habilitados, predominaram as colisões (64,6%) e a zona de ocorrência urbana (57,7%). Conclusão: Os acidentes envolvendo motocicleta apresentam alta prevalência em homens adultos-jovens, não habilitados, havendo diferença significativa para baixa escolaridade, a renda mensal inferior a um salário mínimo, a ocorrência zona rural. Nos dois grupos, os veículos utilizados eram motocicletas de 125 cilindradas ou mais, sendo os condutores os proprietários do transporte.
 Palavras-Chave: Condução de Veículo; Prevalência; Acidentes de Trânsito

O impacto da pandemia pela COVID-19 nos acidentes de motocicleta e o perfil dos acidentados em uma região de saúde de Pernambuco

“…Condutor sem habilitação foi observado em parte dos casos nesta pesquisa, assim como algumas referências Research, Society and Development, v. 10, n. 9, e5410917680, 2021 (CC BY 4.0) | ISSN 2525-3409 | DOI: http://dx.doi.org/10.33448/rsd-v10i9.17680 analisadas (Fernandes et al, 2019). Destacou-se também a não utilização de capacete pelas vítimas, deixando-os mais vulneráveis a traumatismos cranioencefálicos (TCE), bem como foi demonstrado em estudo sobre a incidência de TCE em acidentados, onde esse número chegou a 96% das vítimas (Albuquerque et al, 2016).…”

“…Tratando-se da natureza do acidente, os tombamentos e capotamentos se sobressaíram. O estudo sobre os fatores associados à condição de habilitação dos condutores do município de Petrolina, Pernambuco, relata que as colisões constituíram a principal etiologia, correspondendo a 52% dos atendimentos, seguido por queda em/do veículo com 40,6% (Fernandes et al, 2019). Nesse estudo sobressaiu-se também o automóvel como a parte envolvida de maior ocorrência (Fernandes et al, 2019), diferentemente do que foi demonstrado na análise dos acidentes de motocicleta da VIII GERES, onde outra parte envolvida no acidente não se aplicou na maior parte dos casos no período estudado, estando o automóvel em segundo maior índice.…”

Formas E Modelos De Financiamento Dos Gastos Em Saúde Da Ala De Ginecologia E Obstetrícia Em Um Hospital No Município De Araguari, Minas Gerais

“…Este resultado corrobora com uma pesquisa realizada em Paulo Afonso (município da Bahia), no ano de 2016, onde as quedas de moto corresponderam a 63%, dado semelhante (SANTANNA et al, 2019). Assim como, um outro estudo de dezembro de 2015 a fevereiro de 2016 em Pernambuco, demonstrou que as quedas (48,7%) é a causa principal dos eventos envolvendo motocicletas (FERNANDES et al, 2019). Esse dado revela que por ser um transporte instável pois o equilíbrio está apenas sobre duas rodas, o usuário absorve em sua superfície corpórea toda a energia gerada pelo impacto.…”

Análise do perfil epidemiológico de óbitos por traumatismos em acidentes de moto no estado do Pará entre os anos de 2018 e 2022

“…Em relação aos acidentes envolvendo o uso de motocicletas, a gravidade desta questão se torna ainda mais evidente, uma vez que as características específicas deste tipo de veículo proporcionam um caráter de maior morbimortalidade nesses acidentes (Pinheiro & Queiroz, 2020). Nesse contexto, de acordo com dados do Sistema de Informação Hospitalares, das internações ocasionadas por ATT, mais da metade foi em virtude da utilização de motocicletas, no ano de 2018, demonstrando a vulnerabilidade atribuída a esse grupo (Fernandes et al, 2019).…”