Esse trabalho é um estudo de caso que teve como objetivo investigar o que motivou um grupo de meninas adolescentes (de 12 a 14 anos), alunas de uma escola municipal da cidade de São Paulo, a participar de um clube de ciências desenvolvido por alunas de graduação e pósgraduação da USP -Universidade de São Paulo, na escola em que essas adolescentes estudam.O projeto do clube de ciências teve duração de dois anos, com encontros duas vezes na semana no período de contraturno da escola, e contou com a participação voluntária de um grupo composto em média por treze alunas da escola e cinco alunas de graduação ou pósgraduação da USP -Universidade de São Paulo. Foram realizadas diversas atividades como: experimentos científicos, rodas de conversa, cine debate, passeios, produção de artesanatos, entre outras. Os dados foram coletados durante os encontros através de fotos, vídeos, observação participante e diário de bordo. Essas dados foram discutidos em um grupo de pesquisas, semanalmente, com objetivo de pensar e repensar o projeto do clube, e analisados a partir de referenciais dos Estudos Culturais, e à luz dos trabalhos de bell hooks. A análise dos dados mostrou que houve diversas motivações para a participação das meninas no clube, mas as principais foram: ser um espaço de exclusividade, no qual elas se sentiam confortáveis para expressar seus pensamentos e sentimentos; de diversão, lazer e ócio, no qual podiam fazer atividades não sistematizadas, de sua livre escolha; de amor e escuta; e de autoconhecimento.Com essa pesquisa, almejamos contribuir para a criação de mais políticas publicas que promovam a equidade social e a inclusão de mulheres em áreas das quais ainda somos excluídas, por exemplo, através de projetos de clubes de ciências.Palavras-chave: Clube de Ciências. Educação não formal. Gênero. Lazer. Amor.