Assistência ao parto de adolescentes e mulheres em idade materna avançada em maternidades vinculadas à Rede Cegonha

Abstract

Resumo Com base nas diretrizes da Rede Cegonha, que propõem fortalecimento dos direitos sexuais e dos direitos reprodutivos das mulheres, buscou-se apresentar um breve panorama de questões relacionadas ao planejamento reprodutivo e analisar as práticas obstétricas na atenção ao parto de adolescentes e mulheres em idade avançada, em maternidades vinculadas a Rede Cegonha. Os dados foram extraídos da avaliação conduzida em 2017, com base nas informações da entrevista com as puérperas e do prontuário hospitalar. Para os extremos etários, a alta proporção de gravidez não planejada e a baixa utilização de meios de contracepção indicam problemas no acesso aos programas de planejamento familiar. As adolescentes estão mais expostas à presença de acompanhante e menos ao uso de analgesia no trabalho de parto. As mulheres em idade avançada apresentaram maior chance de uso de analgesia no trabalho de parto e de parir na posição de litotomia, estando menos expostas a prática de amniotomia. Apesar da Rede Cegonha ser uma excelente estratégia para melhoria da assistência ao trabalho de parto e ao parto, ainda é preciso atenção ao uso de intervenções potencialmente desnecessárias ou não recomendadas, com maior incentivo às boas práticas obstétricas.

Conhecimento De Gestantes Acerca Da Analgesia Farmacológica Durante O Parto Normal

“…Nesse mesmo estudo mostrou-se que o uso de analgesia farmacológica durante o trabalho de parto esteve associado ao parto vaginal instrumentalizado, mas não com a via de parto cesariana. Além disso, houve associação com a escolaridade, renda e trabalho remunerado, sendo que foi indicado existir predominância de parto vaginal nas mulheres que estudaram ou estudam em ensino médio em relação a que não estudava a prevalência foi o parto via cessário por não conhecer os tipos de métodos para o alívio da dor 13 .…”

Mortalidade Materna no estado do Rio de Janeiro: um perfil epidemiológico

“…A mortalidade materna se relaciona com vários aspectos biopsicossociais como a idade, escolaridade, raça/cor e estado civil. No que tange a faixa etária, é observado que as mulheres em idade materna avançada (35 anos ou mais) geralmente apresentam mais intercorrências como gravidez de alto risco, placenta prévia, crescimento intrauterino restrito e descolamento prematuro de placenta 14 . Sendo assim, essa propensão a complicações corrobora para índices mais acentuados de mortalidade nessa faixa etária.…”

Características clínicas e demográficas de mães e recém-nascidos atendidos na casa de parto David Capistrano Filho/RJ

“…As parturientes entre 20 e 34 anos eram 68,5% delas, já mulheres em idade avançada (35 anos ou mais) condiz com 11% do total de mulheres. 9 Referente à escolaridade materna, o estudo vai ao encontro dos resultados de estudo sobre a casa de parto Casa Ângela em São Paulo, no qual 49,6% tinham ensino superior completo e 44,6% tinham ensino fundamental completo. 10 Os autores apontaram que as mulheres com maior grau de escolaridade estão optando pela assistência durante gestação, parto e puerpério nas casas de parto normal cuja filosofia é alicerçada no parto como um evento fisiológico, respeitando o protagonismo da mulher juntamente com suas dimensões sociais e culturais e sem intervenções desnecessárias.…”

“…Sendo assim, pode-se afirmar que mães negra (pardas e pretas) que representam um total de 64,9%, tiveram a oportunidade de vivenciar a experiência de um parto humanizado e respeitoso na casa de parto. Estes resultados corroboram achados de estudo 9 O aleitamento na primeira hora foi obtido por quase todos os recém-nascidos e apenas 1,7% não foram contemplados com a hora de ouro. A grande maioria dos bebês teve a oportunidade de ir para o colo de suas mães em seus primeiros minutos de vida favore-cendo o contato pele a pele, o que aumenta a probabilidade de aleitamento materno na primeira hora de vida, proporciona estabilidade do sistema cardiorrespiratório e maiores níveis de glicose no sangue para o RN.…”