Introdução A prevalência de desnutrição em hemodiálise (HD) é elevada, sendo um marcador de mau prognóstico na doença renal crônica. A acidose metabólica é frequente na diálise e tem sido associada com mortalidade.
Objetivos Avaliar a acidose metabólica e o estado nutricional dos pacientes em HD.
Métodos Estudo transversal realizado em um único centro de HD. Coletou-se informações em prontuários e verificou-se a presença de acidose metabólica e o estado nutricional por indicadores antropométricos e bioquímicos.
Resultados A amostra total de 63 pacientes, 54% do sexo masculino e 46% do sexo feminino, com 58,7% entre 45 e 64 anos. O tempo médio de diálise foi de 5,4 anos. O valor médio do índice de massa corporal (IMC) foi 24,9kg/m2, e o de albumina foi de 3,9g/dL. A prevalência de acidose metabólica foi de 77,8%. Foi observada uma correlação linear negativa entre bicarbonato e creatinina, sem correlação com indicadores antropométricos e albumina. Pacientes desnutridos pelo IMC corresponderam a 55,5% do total e ganharam mais peso interdialítico. Do total de pacientes, 14,2% foram classificados como desnutridos pelo índice de circunferência muscular do braço (CMB), e albumina < 4,0 g/dL foi observada em 49,2%. A creatinina sérica foi maior em pacientes com idades entre 45 e 64 anos e de sexo masculino. Não foi observada diferença por tempo em HD em relação à idade, ao ganho de peso interdialítico, ou às medidas laboratoriais e antropométricas.
Conclusão A prevalência de acidose metabólica foi elevada, e não houve correlação com o estado nutricional. Níveis de bicarbonato < 22 mEq/L correlacionaram-se com valores maiores de creatinina, sem relação com o estado nutricional. A avaliação nutricional pelo IMC esteve de acordo com o observado na literatura brasileira, e a albumina apontou desnutrição elevada.