Entre os profissionais que estavam na linha de frente do cuidado ao paciente com corona virus disease, o maior contingente é o de enfermagem, uma vez que a maior parte desse trabalho envolve contato direto com pacientes infectados. Perante todos esses acontecimentos, considera-se que a morte ocasionada por essa doença, constituiu uma ameaça. O objetivo deste estudo é relatar os impactos à saúde mental e o processo de enlutamento enfrentados pela equipe de enfermagem da linha de frente no combate a COVID-19, diante da morte recorrente de pacientes e de colegas de profissão. Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, do tipo relato de experiência, realizado no mês de fevereiro de 2021, a partir de roda de conversa com enfermeiras que atuam nos hospitais e unidades básicas de saúde do município de Belém. Diante das apresentações e dos relatos dos profissionais durante a roda de conversa sobre as vivências no período pandêmico, houveram diferentes experiências, pontos levantados quanto o medo da doença, as dificuldades encontradas durante o trabalho, a falta de materiais e equipamentos para atender todos os pacientes e principalmente sobre o processo da morte recorrente e como isso os afetou. A pandemia remete ao fato de que, enquanto humanos, somos mutuamente dependentes uns dos outros. Ninguém pode se cuidar sozinho, sempre dependerá de outros, principalmente da equipe de saúde, em especial da Enfermagem, pela maior proximidade com o paciente, e diante da grande quantidade de vidas perdidas, a saúde mental destes profissionais torna-se ainda mais abalada.