A partir de 2005, aespecificação técnica ISO/TS 16949, que é uma especificação técnica cujo objetivo é o desenvolvimento de um sistema de gestão da qualidade, passou a exigir da indústria automotiva, o uso da metodologia FMEA (Análise de Modo e Efeitos de Falha) em todas as atividades de desenvolvimento de produtos e processos. Apesar das vantagens que a metodologia proporciona na busca e solução de problemas, alguns estudos têm apontado problemas em sua sistemática de cálculo do risco, assim como dificuldades em sua aplicação, podendo afetar o processo de tomada de decisão da equipe de trabalho, e a eficiência de suas ações para a organização, no que se refere a gestão da qualidade. Com o propósito de ampliar os conhecimentos a respeito da utilização desta metodologia, este trabalho teve como objetivo, identificar as deficiências e dificuldades da utilização da ferramenta FMEA no segmento de produção de peças automotivas. A pesquisa qualitativa e de natureza descritiva, tomou como base o acompanhamento de dez eventos que envolveram o uso do FMEA em uma empresa do segmento automotivo, assim como o depoimento de cinco profissionais da área técnica, que foram os gestores responsáveis pela condução destes processos. Como resultados, observa-se que a aplicação do FMEA apresenta subjetividade por parte da equipe na priorização dos riscos utilizando o valor de NPR (Número de Prioridade de Risco), e que muitas vezes a equipe multifuncional utiliza a ferramenta somente por exigências da especificação técnica e não como uma atividade que agrega valor à empresa.