INTRODUÇÃOO Brasil tem recebido solicitações de refúgio de pessoas vindas de países que enfrentam situações de guerra, conflitos econômicos, religiosos e também de fundado temor de perseguição, circunstâncias previstas na Convenção de 1951. Vale ressaltar que a questão do refúgio no mundo atingiu números significativos, na última década, e, segundo o ACNUR (2021), esse número, em 2020, superou 82 milhões de pessoas.Tem-se, aqui, o objetivo de levantar e analisar os casos de crianças e adolescentes que chegam ao Brasil desacompanhadas ou separadas dos pais e enfrentam dificuldades no processo de acolhimento, principalmente em relação ao acesso às políticas públicas. Abordam-se as questões enfrentadas por esse grupo de pessoas que, por sofrerem violência no país de destino, encontram-se em extrema vulnerabilidade social, principalmente por serem mulheres e meninas.Trata-se de crianças e adolescentes que chegam desacompanhadas de seus pais e/ou responsáveis, ou separadas deles, embora acompanhadas por uma pessoa adulta, que, no entanto, não é responsável legal delas. Nesse contexto, elas se veem frente a burocracias que causam ainda mais dificuldades para o acolhimento inicial e à inserção na escola e no atendimento da saúde, por exemplo.Ressalta-se que a temática deste estudo emergiu durante o processo de coleta e análise dos dados da pesquisa desenvolvida no doutoramento do Programa de Mestrado e Doutorado em Psicologia na