No decorrer dos anos, a produção agrícola brasileira vem crescendo e se destacando, tanto nacional quanto internacionalmente, devido aos avanços tecnológicos e à demanda global por alimentos. O agronegócio brasileiro encontrase entre os principais players e produtores agroindustriais mundiais, sendo um dos maiores exportadores de soja, laranja, carnes bovina, suína e de aves. Sua produção e exportações geram empregos, renda, divisas, desenvolvimento e representam uma grande fatia do Produto Interno Bruto (PIB), garantindo equilíbrio na balança comercial brasileira. Fatores como clima, relevo, solo, índices pluviométricos, mão de obra, tecnologia empregada, além de políticas públicas de fomento à produção, tornam o Brasil um dos principais produtores de alimentos do mundo. A fim de identificar os fatores condicionantes da modernização agrícola nos municípios dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, utilizou-se a técnica de análise fatorial para realizar o cálculo do Índice de Modernização Agrícola (IMA), com o intuito de hierarquizar os municípios dos três estados da Região Sul do Brasil em termos de modernização agrícola. Após, foi aplicada a Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE), visando analisar como ocorre a distribuição espacial em relação à intensidade da modernização da agricultura nos três estados. A principal contribuição do estudo concentra-se em responder se houve modernização agrícola na Região Sul brasileira no decorrer dos anos e, mais especificamente, entre os Censos Agropecuários, de 2006 e 2017, amparando-se em estudos anteriores dessa temática e abrangendo toda a Região Sul do país, haja vista seu potencial econômico, produtivo e agropecuário. Os principais resultados obtidos apontam que os municípios que obtiveram elevado IMA estão localizados nas mesorregiões Noroeste e Centro Oriental gaúcha, Vale do Itajaí e Oeste Catarinense, e Oeste, Norte Central e Metropolitana Paranaense. Essas regiões concentram vários dos principais municípios produtores agrícolas de soja, milho, arroz, trigo, cultivo de videiras e hortifrutigranjeiros e, ainda, abrigam grandes cidades com desenvolvimento industrial voltado ao agronegócio. Desse modo, por meio da AEDE, foi possível confirmar a hipótese de que a distribuição espacial da modernização da agricultura é não aleatória, em virtude da correlação positiva do IMA. Nesse sentido, através da análise dos mapas de clusters LISA, identificaram-se dois tipos diferentes de clusters bem definidos, tanto para 2006 quanto para 2017. O primeiro bem definido foi do tipo alto-alto (AA), e o segundo, do tipo baixo-baixo (BB). Por fim, pode-se afirmar que, de certa forma, existe uma relatividade no IMA, havendo um contraste das regiões mais desenvolvidas com as menos desenvolvidas, sendo imprecisa a generalização de que os municípios sejam mesmo tecnologicamente desenvolvidos.