“…Tridimensionalmente, as CDs apresentam-se em forma cônica, em função da conformação cadeira das unidades de glicopiranose, e a disposição dos grupamentos hidroxila (-OH) na estrutura das CDs levam à formação de uma superfície externa hidrofílica e uma cavidade interna lipofílica que justificam sua considerável solubilidade em meio aquoso. Os grupos hidroxila ligados ao carbono 2 e ao carbono 3 da molécula de glicose são denominados grupos primários e estão localizados na parte mais larga da estrutura cônica das CDs, enquanto que o grupo hidroxila ligado ao carbono 6 encontra-se na região mais estreita da estrutura(CHU et al, 2017; FRÖMMING e SZEJTLI, 1993; SANTOS e COELHO, 2009).As CD, portanto, são tipicamente moléculas "hospedeiras", nas quais é possível incluir uma variedade de moléculas, em diferentes proporções (Figura 8), com tamanho compatível com sua cavidade interior, que varia em função do número de unidades de glicopiranose, conforme é possível observar nos dados da Tabela 1(CHU et al, 2017). O mecanismo de formação do complexo varia conforme a molécula a ser encapsulada, mas, no geral, é regido por processos entálpicos na liberação de moléculas de água do interior da cavidade, bem como por interações eletrostáticas, ligações de hidrogênio, interações hidrofóbicas, mudanças conformacionais e interações de transferências de carga(SURVANA et al, 2017).Entre três as CD naturais citadas anteriormente, apesar de a -CD apresentar a menor solubilidade em água, é a CD com a melhor capacidade de formar complexos com diferentes fármacos hidrofóbicos, possui síntese mais facilitada em relação às demais, estando disponível em maiores quantidades com menor custo, além de possuir uso aprovado como excipiente para preparações farmacêuticas (LAZA-KNOERR; GREF e COUVREUR, 2010).O uso de CDs combinado com FSs é estudado desde a década de 1990 e mostra uma promissora estratégia para entrega facilitada de FSs hidrofóbicos.…”