A alface encontra-se entre as cinco hortaliças de maior movimento financeiro na CEASA (RS), sendo somente menor do que tomate, batata, cebola e cenoura. É a segunda maior em termos de volume comercializado dentre as folhosas, apresentando um montante de 7,72 t comercializadas em 2001 (CEASA, 2002).No estado do Rio Grande do Sul, a alface é produzida durante todo o ano, existindo, no entanto, dois períodos com condições climáticas pouco favoráveis: o verão, quando ocorrem elevadas temperatura do ar e radiação solar, o que favorece o pendoamento precoce das plantas; e o inverno com ocorrência de baixas temperaturas e precipitações pluviais prolongadas que podem retardar o crescimento e danificar as plantas (Segovia et al., 1997).A alface, cultura de clima temperado, é melhor adaptada a temperaturas baixas do que às altas. A máxima tolerável pela planta fica em torno de 30 º C e a mínima situa-se em torno de 6 º C, para a maioria das cultivares. É uma planta que exige grandes amplitudes tér-micas entre o dia e a noite. A umidade RADIN relativa mais adequada ao bom desenvolvimento da alface, varia de 60 a 80%, mas em determinadas fases de seu ciclo apresenta melhor desempenho com valores inferiores a 60%. Umidade muito elevada favorece a ocorrência de doenças, fato que constitui um dos problemas da cultura produzida em estufa plás-tica (Cermeño, 1990).Comparando o crescimento e desenvolvimento de algumas cultivares de alface durante o inverno, em estufa e a campo, Segovia et al. (1997) mostraram que o número de folhas emitidas na estufa apresentou tendência de maiores valores. Por outro lado, o acúmulo de massa seca apresentou velocidade semelhante, nos dois ambientes, embora com valores menores a campo. Também foram verificadas taxas de crescimento maiores no interior de estufas, resultando em produção mais precoce e de melhor qualidade do que aquela obtida em ambiente não protegido.Na análise dos parâmetros de crescimento e desenvolvimento foi observado que o cultivo em estufa influencia a velocidade de crescimento da planta. Os parâmetros da massa seca foliar e do índice de área foliar indicam que a massa específica das folhas é menor no interior da estufa. Isso significa que no interior da estufa as folhas se expandem mais rapidamente, o que pode ser atribuído, principalmente, aos teores mais elevados da umidade relativa do ar existentes no interior da estufa. Essa característica favorece a aparência visual do produto, mas é negativa do ponto de vista da resistência ao transporte e da conservação pós-colheita (Tibbits e Bottemberg, 1976).Segundo Dantas e Escobedo (1998), a taxa de crescimento relativo (TCR), expressa em função da variação da massa seca, no verão foi aproximadamente 9% superior na parte externa do que a interna da estufa. Entretanto, no inverno, a TCR foi maior dentro da estufa plástica, em torno de 20%. De maneira geral, a TCR média do inverno superou a TCR média do verão em 10%. A taxa de crescimento da cultura (TCC) que correlaciona o índice de área foliar com a taxa de assimilação líquida, ...