Objetivo: O presente estudo buscou avaliar o conhecimento acerca da doença, participação e suporte familiar ao paciente, em famílias de pacientes portadores de hanseníase matriculados no ambulatório de hanseníase em um serviço de dermatologia no norte do Brasil. Métodos: Trata-se de um estudo observacional, transversal e predominantemente descritivo, com ênfase nos casos de hanseníase e sua relação com a família dos doentes. Oitenta e três pessoas com diagnóstico de hanseníase foram entrevistadas, as quais estavam sendo acompanhadas no ambulatório de hanseníase em um serviço de dermatologia no norte do Brasil. Um protocolo elaborado pelos autores foi utilizado como instrumento na coleta de dados, contendo informações socioeconômicas, demográficas, aspectos clínicos da doença, conhecimento acerca da doença por parte dos pacientes e suas famílias, além do suporte familiar ao paciente. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o CAAE nº 80867817.1.0000.5174. Resultados: Foi identificada predominância do sexo masculino, na faixa etária de 30 a 44 anos, escolaridade de 5ª a 8ª série e baixo nível socioeconômico. Houve predomínio da forma virchowiana, multibacilar, ausência de neurite, porém, quando presente, com acometimento do nervo ulnar, principalmente. A maioria não apresentou nenhum tipo de reação hansênica. Dos que apresentaram, a maioria teve reação tipo I, tratada com prednisona e não evoluíram com reações adversas ao medicamento. Quanto ao conhecimento dos pacientes e familiares sobre a hanseníase, ambos apresentaram um conceito final considerado "bom". Em relação ao apoio familiar prestado aos pacientes, a maioria estava na presença de um acompanhante nas consultas, com uma família de conhecimento e apoio ao diagnóstico e tratamento, e os pacientes relataram não ter sofrido preconceito de seus familiares, com a doença. Limitações: A principal limitação deste estudo é o pequeno número de participantes, devido às suas características parcialmente descritivas. Portanto, os resultados aqui encontrados não podem ser aplicados a populações maiores, bem como ao público em geral. Conclusão: Assim, considera-se urgente o esclarecimento do portador de hanseníase e seus familiares, bem como campanhas educativas para a comunidade, reduzindo o estigma e o preconceito, incluindo os próprios pacientes, bem como seus comunicantes, sejam eles amigos ou familiares.