RESUMO:O objetivo deste artigo é retomar a discussão na literatura acerca da presença de construções resultativas no português brasileiro. Este trabalho defende a hipótese de que não existam equivalentes sintáticos -e, consequentemente, semânticos -às construções resultativas nessa língua. Para justificar essa proposta, será demonstrado que línguas com emoldurações diferentes (framing, cf.: Talmy 2000(framing, cf.: Talmy , 2009(framing, cf.: Talmy , 2012 licenciam construções diferentes. Ademais, ao contrário das construções * Este artigo apresenta os resultados de um trabalho apresentado no III Colóquio Brasileiro de Morfologia, na Universidade de São Paulo. Agradeço ao GREMD-USP, a Ana Paula Scher, Aline Rodero--Takahira, Esmeralda Negrão, Evani Viotti, Filomena Sandalo, Janayna Carvalho, João Paulo Cyrino, Luciana Storto, Marcello Modesto, Maria José Foltran, Paula Armelin, Rafael Minussi e Vitor Nó-brega, bem como a audiência do III CBM pelas sugestões, indicações bibliográficas e comentários em versões preliminares deste trabalho, cujas ideias centrais já vinham sendo debatidas (e rebatidas) desde 2005. Agradeço também aos pareceristas anônimos que avaliaram este trabalho, cujas contribuições foram extremamente valiosas para organizar a argumentação presente na versão final deste artigo. Apesar das inúmeras contribuições, ressalto que todos os erros remanescentes são de minha integral responsabilidade.This content is licensed under a Creative Commons Attribution License, which permits unrestricted use and distribution, provided the original author and source are credited.