Remix e mashup designam formas textuais, técnicas de produção e métodos criativos que se desenvolveram em conjunto com as técnicas analógicas de reprodução de obras musicais e cinematográficas no século XX. No âmbito da cultura digital, em face da automação de processos de edição e montagem, e da maior agilidade na recuperação e circulação de acervos midiáticos em escala global, remix e mashup difundiram-se como elementos centrais de práticas discursivas que vão desde o puro entretenimento até a participação cívica, passando por diversas formas de produção de conhecimento. O presente trabalho busca contribuir para uma inserção mais significativa de remix e mashup no rol dos objetos de estudo em Linguística Aplicada de duas formas. Inicialmente, apresenta um estado da arte em que mostra as diversas concepções e ramificações de remix e mashup já estabelecidas na literatura, ressaltando as diferenças mais relevantes entre ambos. Em seguida, apresenta uma proposta taxonômica que abrange remix e mashup enquanto produtos textuais, técnicas de produção e métodos de criação, e situa os seus diferentes tipos no quadro geral das relações transtextuais como as que os linguistas aplicados já estão acostumados a lidar. Em conclusão, relembra-se que a presente proposta não faz mais do que estender para o âmbito da cultura digital uma longa tradição de estudos sobre a força do hibridismo nas dinâmicas culturais e seu potencial para a formação de cidadãos críticos capazes de protagonizar transformações sociais.