Da educação especial à educação inclusiva: esclarecendo as palavras para definir as práticas

Abstract

O artigo propõe uma análise crítica da evolução das palavras e expressões utilizadas no campo da educação para as crianças com necessidades especiais: deficiência, especial, necessidades educativas especiais, integração, inclusão. Faz referências tanto às organizações internacionais como às especificidades francesas e, por fim, problematiza as ambiguidades, contradições e desafios da educação inclusiva. As palavras fazem as coisas, estruturam realidades sociais e até mesmo criam instituições. Portanto, é indispensável que os profissionais da Educação, mas também os da Saúde, estejam atentos para descobrir em suas próprias práticas os obstáculos que ainda subsistem à participação de todos nos espaços de vida compartilhados.

Política de Educação Especial: sobre ambivalência, tensão e indeterminação

“…Finally, it is even possible to support the thesis that PNEEPEI expresses itself in a clear ambiguity, falling into a kind of trap caused by the words of Special Education (Plaisance, 2015). However, we can read it -and this is the bet of this text -as an intricate provocation, as a manifestation of a certain ideological impurity (Norwich, 1996), inevitable in a dilemmatic structure constituted by conflicting values.…”

Correspondências sobre o outro na educação especial

“…Esse decurso desencadeou a criação de diferentes categorias e procedimentos destinados à identificação do seu público-alvo, à constituição dos especialistas e à proliferação de instituições destinadas ao asilo, ao tratamento e, mais recentemente, à educação daqueles considerados deficientes, constituindo uma racionalidade híbrida, tramada a partir da pedagogia, da medicina e da psicologia. Como argumenta Plaisance (2015), essa modalidade educacional foi estabelecida sobre a cultura da separação. Nesse caso, aqueles considerados anormais, diferentes ou mesmo ineducáveis frequentariam instituições separadas em classes ou estabelecimentos especiais.…”

DIVERSIDADE EM CONTEXTOS DE TRABALHO: Pluralismo teórico e questões conceituais

“…Estes valores são transmitidos ao longo do tempo usando as palavras como veículo. Várias foram as nomeações atribuídas às pessoas com deficiência ao longo da história, por exemplo, idiota, imbecil, demente, débil, retardado, aleijado, mongolóide, manco, coxo, deficiente, pessoa com necessidades especiais, pessoa com deficiência (DINIZ, 2007), pessoa em situação de deficiência (PLAISANCE, 2015), pessoa com diversidade funcional (ROMAÑACH CABRERO; LOBATO, 2005). São múltiplas denominações que são buscadas para tentar escapar da desqualificação a que esse grupo historicamente foi objeto.…”