A produção de cerveja artesanal tem despertado curiosidade e conquistado estudiosos e admiradores. Entre eles, ressalta-se a participação do público feminino, que, além de ter participação expressiva no consumo, também vem ocupando espaço de destaque como produtor da bebida. O presente artigo teve como objetivo aprender, interpretar e compreender as práticas de produção de cerveja artesanal realizadas por mulheres, na modalidade homebrewing, ao evidenciarem os aspectos materiais, sociais e simbólicos, inerentes a essas práticas. Para tanto, adotaram-se, como lente de investigação, elementos da Teoria da Prática, tais como regras, estruturas teleoafetivas, motivações e conhecimentos que permeiam a produção de cerveja artesanal por mulheres. Empregou-se a pesquisa qualitativa, descritiva, e os dados foram coletados no decorrer de seis processos de produção de cerveja artesanal por mulheres, com registros de imagens, diário de campo e entrevistas. Os resultados permitiram identificar, entre outros aspectos, que essas mulheres são estimuladas a produzir cerveja tanto para consumo próprio, como pelo prazer e pela satisfação de compartilharem a bebida e serem reconhecidas.