Descobrindo as parasitoses: jogo educativo para o ensino de ciências

Abstract

No município de Boquim, Sergipe, há presença de casos de doença de chagas, leishmaniose e esquistossomose. Diante das restrições ocorridas nos livros didáticos, das formas tradicionais com que são lecionados os assuntos pertinentes à parasitologia, foi elaborado um jogo educativo baseado nas dificuldades identificadas no conhecimento do aluno, da didática do professor e da apresentação do livro adotado pelo Colégio Cleonice Soares Fonseca, situado no município citado. Para a construção desse recurso foi aplicado um questionário ao professor na tentativa de descobrir suas dificuldades para lecionar as parasitoses. Outro questionário foi aplicado aos alunos com perguntas referentes ao assunto em estudo para verificar o nível de informações pré-existentes sobre os mesmo e análise do livro. O jogo dispõe de cartelas com dicas relacionadas às doenças, estimula a capacidade de dedução e curiosidade investigativa dos participantes, podendo ser adotado em sala de aula ou até mesmo pelos alunos sozinhos. Assim, podemos considerá-lo com um recurso de auxílio no ensino-aprendizagem dos estudantes sobre doenças parasitológicas.

Ações de educação em saúde como estratégia de prevenção e de controle das parasitoses intestinais: um estudo de revisão sistemática da literatura

“…A literatura tem mostrado uma tendência na utilização de práticas de educação em saúde como instrumento para a Promoção da Saúde em diferentes espaços profissionais de atuação (Toscani et al, 2007;Silva et al, 2014;Trindade et al, 2015). Outros espaços que ultrapassam os limites dos hospitais ou Unidades Básicas de Saúde também tem se destacado e cada vez mais tem recebido a atenção dos diferentes profissionais que lidam com problemas de Saúde Pública.…”

“…As estratégias de educação em saúde dirigidas à criança são preconizadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais -PCN (Brasil, 1998), sendo as parasitoses intestinais temática curricular obrigatória inserida no currículo básico de ciências. A literatura aponta que por serem as crianças um público que apresenta alta prevalência de infecções parasitárias, esta é uma temática que merece ser discutida de forma interdisciplinar e multiprofissional, tanto no cotidiano escolar, já que este é um ambiente que também pode influenciar no processo saúde-doença, quanto no cotidiano da saúde coletiva (Toscani et al, 2007;Barbosa et al, 2009;Silva et al, 2014;Trindade et al, 2015;Gomes et al, 2016;Faria et al, 2020).…”

“…Ainda sobre o uso de estratégias lúdicas, Toscani et al (2007) e Trindade et al (2015) relatam que as mesmas, além de serem bem aceitas pelos estudantes, são acessíveis, devido ao baixo custo e se mostram tão eficazes quanto ações diretivas como o saneamento básico, podendo produzir aprendizados significativos. O lúdico, segundo Faria et al (2020), é ferramenta importante para a interação entre o intelecto e personalidade e o pleno desenvolvimento do organismo de uma criança.…”

“…Os estudos indicam que há pouca ou nenhuma referência aos ciclos de vida dos parasitos, o que acaba por impedir o acesso a informações corretas sobre as formas infectantes e os locais no ambiente onde as mesmas podem habitar. Ademais, todo esse quadro dificulta a Promoção da Saúde para o entendimento das parasitoses como um problema de saúde pública relacionado às condições de vida precárias e também reduz a construção do conhecimento correto sobre os parasitos (Toscani et al, 2007;Silva et al, 2014;Trindade et al, 2015).…”

“Combatendo Os Nematelmintos Parasitas”: Jogo Didático Para Facilitar a Aprendizagem

“…Silva e Leda (2012) Ao pedir para os alunos atribuírem uma nota de 6 a 10 ao jogo, 61% atribuíram nota 10, 31% atribuíram nota 9 e 8% deles atribuíram nota de 6 a 8 (Figura 3), demonstrando que o jogo teve boa aceitação pela maioria. Trindade et al (2014) também verificou grande aceitação ao aplicar um jogo na forma de tabuleiro, sobre parasitoses. Assim como esses autores, nós acreditamos que os jogos didáticos possibilitam um aprendizado lúdico e prazeroso, atraindo a atenção dos alunos, mostrando que esse tipo de material didático pode auxiliar na aprendizagem, não só de conteúdos de parasitologia, mas de qualquer outro conteúdo de Biologia.…”