A Indústria 4.0 é um conceito que vem se expandindo pelo mundo, oferecendo uma nova configuração para a indústria a partir de um conjunto de inovações e princípios que, quando somados, podem alavancar os resultados organizacionais, modificando sua estrutura produtiva, gerencial e cultural, impactando, inclusive, a forma como a organização se relaciona com seus stakeholders e comunica seu valor para o consumidor.O termo "indústria 4.0" faz alusão aos avanços mais recentes da tecnologia, que visam a promover a interação entre os mundos físico, digital e biológico, criando um modelo de cadeia de valor inteligente, interligada e ágil (Cara, 2021). A criação de condições favoráveis ao desenvolvimento da indústria 4.0 engloba inúmeros fatores, tais como incentivos fiscais, acesso a mercados globais, proximidade a centros de ensino e investigação, disponibilidade de capital, cultura empreendedora, integração em rede, motivações pessoais dos investidores, infraestruturas de tecnológica de informação, dimensão empresarial, relutância à mudança, a idade da empresa, os recursos financeiros e os recursos humanos (Balasingham, 2016).Apesar da Indústria 4.0 ser um fenômeno global, implementável em toda a cadeia produtiva, inclusive de empresas de pequeno porte, muitas organizações ainda se encontram distantes dessa realidade (Kupfer, 2016). De acordo com o Índice Global de Inovação 2018, o Brasil tem alcançado resultados significativos em várias áreas da sociedade, contudo, no que diz respeito à inovação e tecnologia, o país ainda se encontra na 64ª posição no ranking mundial das economias com maiores capacidades e sucesso de inovação. Dados do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC, 2018) informam que investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) ainda são escassos, sendo dispendidos apenas US$ 43 bilhões de dólares em 2015, enquanto na China o capital nesse setor chegou a US$ 407 bilhões, e nos Estados Unidos, a US$ 496 bilhões. Estudos realizados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI, 2016) revelam que apenas 48% da indústria nacional utiliza tecnologias digitais. No que diz respeito às pequenas e médias empresas, o problema é ainda maior, levando em consideração as dificuldades das empresas desse porte de sobreviver a crises econômicas e acessar linhas de financiamento para modernização do parque fabril, se comparadas às grandes empresas (Finep, 2019).